Escrito por: Iracema Corso
Do Bairro Santa Maria até o 17 de Março, trabalhadores e trabalhadoras caminham unidos pelas ruas de Aracaju para denunciar o avanço da privatização em Sergipe, cobrar valorização e direitos
Uma caminhada de luta reuniu mulheres e homens, trabalhadores do campo e da cidade, estudantes, o movimento sindical e os movimentos sociais de Sergipe no dia 1º de Maio, Dia da Classe Trabalhadora.
Para destacar o enfrentamento à violência nas escolas, a manifestação do 1° de Maio em Aracaju/Sergipe saiu da porta do Colégio Vitória do Santa Maria, às 9hs da manhã. A caminhada percorreu as ruas do Bairro Santa Maria e se encerrou em frente à Maternidade do Bairro 17 de Março, privatizada pelo prefeito de Aracaju.
O protesto foi construído pela Frente Popular Sergipe por Direitos e Democracia que reúne todas as centrais sindicais, sindicatos e os movimentos sociais de Sergipe.
Já na concentração do protesto, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT Sergipe), Roberto Silva, explicou porque o protesto do 1º de Maio saiu da porta do Colégio Vitória do Santa Maria e da porta da Creche Papa João Paulo II.
“A saída deste ato da frente de uma escola pública tem um simbolismo importante para fazermos o debate da violência, da necessidade da paz nas escolas e o enfrentamento à violência nas escolas. As escolas estão sendo vítimas de ataques permanentes destes golpistas, neonazistas de extrema direita que não se contentam com a democracia, não se contentam com a escola como espaço da diversidade”, declarou o presidente da CUT Sergipe.
A manifestação foi marcada pelo rap do Coletivo Ruas e Entre Becos que propagou a voz da resistência ao longo de todo o percurso mandando a sua mensagem com cultura e política.
Estudantes e professores fortaleceram a luta pela revogação da Reforma do Ensino Médio por entender que o projeto promove enorme prejuízo à educação pública em todo o Brasil. O movimento sindical dos professores de Sergipe protestou contra o anúncio do governador Mitidieri de 2,5% de reajuste que para a maioria dos professores significa apenas R$ 85 a mais no contracheque dos educadores e das educadoras da Rede Pública Estadual de Ensino.
Valorização de Trabalhadoras e Trabalhadores
Neste ano, o 1° de Maio no Brasil ocupou as ruas com uma força especial. O projeto neoliberal e fascista foi derrotado nas urnas, portanto, após o golpe de 2016 e 6 anos de destruição dos direitos trabalhistas, privatizações e entrega do patrimônio nacional, agora o Brasil tem um governo federal que coloca a pauta dos trabalhadores no centro de suas prioridades. Desta maneira, a CUT ocupou ruas de todo o Brasil na luta pela valorização do salário mínimo para que de fato o salário valorize e dê condições aos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros.
Em Sergipe, o 1º de Maio também foi dia de luta contra a privatização da Eletrobrás e da Petrobrás; pelo retorno da Petrobrás para o Estado sergipano; foi dia de enfrentamento ao racismo, ao feminicídio, à LGBTfobia e ainda foi a data de cobrar a prisão para os golpistas. “Queremos cadeia para os golpistas e para Bolsonaro já! Esse genocida desgraçado matou milhares de brasileiros e precisa ser responsabilizado de fato por tudo que fez”, declarou Roberto silva , presidente da CUT.
Acesse o Instagram da CUT Sergipe e confira fotos e vídeos com os pronunciamentos de várias lideranças sindicais e dos movimentos sociais durante o protesto do 1º de Maio em Aracaju.
A finalização do ato aconteceu no Bairro 17 de Março em frente à Maternidade privatizada pelo prefeito Edvaldo Nogueira. O local de finalização do protesto foi escolhido para reforçar a luta contra a política de privatização dos serviços públicos implementada pelo governador de Sergipe Fábio Mitidieri e pelo prefeito de Aracaju Edvaldo Nogueira.
“Neste momento, vamos fortalecer a luta contra a privatização do serviço público estadual diante dos ataques do Governo Fábio Mitidieri que aprovou na Assembleia Legislativa de Sergipe um projeto para a privatização do serviço público. Ele começou pela Deso, isso terá forte impacto na vida do povo sergipano. Portanto hoje a classe trabalhadora firma um pacto de lutarmos juntos contra a privatização da Deso e contra a privatização do serviço público estadual”, declarou Roberto Silva, presidente da CUT/Sergipe.
Participaram do protesto trabalhadoras e trabalhadores do campo, da cidade, trabalhadores sem terra, trabalhadores sem teto, SINTESE, SINDIJOR, SINDISAN, SINDIPEMA, FETAM, SINDMUSE, SACEMA, SINDIJUS, SINDIPREV/SE, SINTEGRE, SINPSI, entre várias outras organizações sindicais, do movimento estudantil e dos movimentos sociais de Sergipe.