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15 Dias sem resposta sobre assassinato de Genivaldo de Jesus

Movimento negro segue cobrando punição dos culpados pelo crime em Umbaúba que chocou a população e teve repercussão internacional

Publicado: 09 Junho, 2022 - 11h02 | Última modificação: 09 Junho, 2022 - 13h54

Escrito por: Iracema Corso

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Nesta semana várias pessoas do município de Umbaúba prestaram depoimentos à Polícia Federal a respeito do assassinato de Genivaldo de Jesus Santos, no dia 25 de maio, em uma viatura da Polícia Rodoviária Federal. O acontecimento gerou uma onda de protestos com repercussão nacional e internacional. A última manifestação cobrando justiça pela morte de Genivaldo aconteceu no sábado dia 4 de junho, no município de Umbaúba, contando com os familiares de Genivaldo e a população do município.

A secretária pela Igualdade Racial da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), Arlete Silva, destacou a importância desta manifestação construída pelo movimento negro em Sergipe, por sindicatos, centrais sindicais e partidos políticos de esquerda.

“Já está acontecendo a apuração do crime. Vamos acompanhar o desenrolar dos acontecimentos e continuar cobrando a devida punição dos responsáveis. A manifestação reafirma a nossa indignação. Não vamos aceitar que este crime bárbaro fique impune como vários outros crimes já praticados contra a população negra de Sergipe”, afirmou Arlete Silva.

Durante o protesto que saiu em caminhada pelas ruas do município, a população de Umbaúba e familiares falaram sobre Genivaldo de Jesus Santos, uma pessoa querida, que sofria de esquizofrenia e era um homem tranquilo. Familiares e amigos expressaram sua indignação diante do assassinato de Genivaldo.

O ex-presidente da CUT Sergipe, professor Dudu, também participou do protesto e denunciou que o professor Ronaldo de Umbaúba e ele próprio estava sendo perseguido após o bloqueio da BR 101 no dia seguinte ao assassinato de Genivaldo de Jesus.

“Fomos perseguidos, mas eu já estou acostumado. Mexer com os poderosos é assim mesmo. Falaram que nós da CUT fomos expulsos de Umbaúba, a resposta está aqui. Os familiares de Genivaldo, as irmãs, os cunhados, primos, estamos todos juntos nesta manifestação como também estávamos juntos no dia do bloqueio. Quem se incomodou com a nossa presença foi um grupo de bolsonaristas que não queria que o povo denunciasse. Esta violência sempre existiu no Brasil, mas piorou depois com este governo. E isso é fazer debate político”, declarou o ex-presidente da CUT Sergipe.

Em meio à repercussão internacional do assassinato de Genivaldo, o movimento negro no Brasil questionou o atual sistema de preparação da Polícia devido aos diversos casos de racismo, homicídio, entre outras violências também registradas durante abordagens policiais.

O assassinato de Genivaldo chama a atenção para a letalidade policial que no Brasil cresceu 190% desde 2013. O pequeno Estado de Sergipe ocupa o 3º lugar no Brasil em que ocorrem mais mortes durante abordagem policial.