22 mil pessoas ocupam ruas de Aracaju para dizer ‘Não Vai Ter Golpe!’
Publicado: 19 Março, 2016 - 13h09
Escrito por: Iracema Corso
A cidade de Aracaju ficou repleta de manifestantes de vários municípios sergipanos presentes no protesto Contra o Golpe, em defesa da Democracia, dos direitos dos trabalhadores e por uma nova política econômica, realizado pela Frente Sergipana Brasil Popular (FSBP) na tarde e noite desta sexta-feira, 18/03.
Presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), Rubens Marques avaliou a manifestação como demonstração da força popular dos sergipanos. “Mais de 25 mil sergipanos ocuparam as ruas de Aracaju para garantir o Estado Democrático de Direito ameaçado pela mídia golpista e pelo Judiciário. A burguesia brasileira definiu as regras do jogo do processo eleitoral e agora quer golpear a democracia porque está sendo derrotada reiteradamente dentro das regras que eles criaram. Nós, Cutistas, não aceitamos golpe nem ajuste fiscal nas costas dos trabalhadores”.
Com cartazes, faixas e entoando "não vai ter golpe", "o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo", a multidão seguiu pelas ruas do Centro de Aracaju em direção ao bairro 18 do Forte, até a sede da TV Sergipe (afiliada da Rede Globo). Uma placa com a foto do juiz Sérgio Moro foi pendurada na porta da Rede Globo de televisão para expressar que o movimento sindical e social tem consciência de que o presente Golpe à democracia não vem sendo operacionalizado apenas pelos maiores veículos de comunicação de cadeia nacional, mas também pelo Judiciário.
Junto ao movimento estudantil, social e sindical organizado através da Frente Sergipana Brasil Popular, o protesto também contou com a presença de muitos professores universitários, deputados, eletricitários, professores da rede básica de ensino, trabalhadores da Vale do Rio Doce e advogados que não concordam com o posicionamento da OAB nacional e têm freqüentado os meios de comunicação para resgatar a história e defender que o vergonhoso apoio do Conselho Nacional da OAB ao Golpe de 1964 não pode se repetir.
Membro da direção ampliada da CUT/SE, do Coletivo Intervozes e dirigente do SINDIJOR, Paulo Victor alerta para o perigo do discurso único na mídia. “Em sociedades democráticas, a mídia impressa, internet, rádio e TV são espaços marcados pela pluralidade cultural, de opinião e diversidade de idéias. Neste momento que nós estamos vivendo no Brasil, grande parte das emissoras de televisão nacionais manifestam o mesmo tipo de visão, há um discurso único que circula em todas emissoras, a sociedade não tem acesso a diferentes interpretações, não tem acesso ao contraditório. Sem acesso a esta diversidade, a opinião da população fica comprometida, por isso o discurso único sempre é prejudicial à democracia”.
Diretor de Formação da CUT/SE, Roberto Silva ressaltou que o movimento social e sindical tem consciência de que o impeachment da presidente Dilma é o primeiro passo para o retrocesso através da aprovação de projetos de lei que acabam com importantes direitos conquistados ao longo dos poucos anos de democracia recente no Brasil.