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7ª Feira estadual da reforma agrária do MST supera expectativas

Publicado: 05 Setembro, 2022 - 15h40 | Última modificação: 05 Setembro, 2022 - 16h14

Escrito por: Iracema Corso

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Os alimentos saudáveis do Movimento Sem Terra (MST) de Sergipe fizeram sucesso na 7ª Feira Estadual da Reforma Agrária Popular, de 30 de agosto a 2 de setembro, na Pça Dom José Thomaz, no Bairro Siqueira Campos, em Aracaju.

A feira superou todas as expectativas de venda tanto dos produtos in natura como também da produção das sete cooperativas e quatro associações de manufatura de produtos agrícolas. Todo alimento saudável vendido na feira foi produzido pelas 14 mil famílias de assentados do MST em Sergipe que estão presentes no Sertão, na Região Norte, Metropolitana, Sul e Agreste do Estado.

Mas “a gente não quer só comida, a gente quer bebida, diversão e arte”, como bem dizia o Titãns. E com muito artesanato junto à vasta programação cultural, a 7ª Feira Estadual da Reforma Agrária Popular ferveu de arte por quatro dias com shows ao ar livre de Casaca de Couro, Lari Lima, Samba do Arnesto, Lucas Campelo, os Faranis, Décio Nunes & Banda Ensaios, Branquinho do Acordeon, Fabinho e Forrozão Carro de Boi e Batuque das Mulheres do Assentamento Cuirí.

Manoel Antônio de Oliveira Lima, do Setor de Produção do MST Sergipe, afirmou que a finalidade da feira foi atendida nesta edição. “O Movimento Sem Terra faz a luta, mas também tem o momento de mostrar pra sociedade urbana o que produz no campo, nos assentamentos. A feira cumpre os princípios do MST de luta pela dignidade, terra, pão, trabalho, casa, e pelo fortalecimento da estrutura da família de assentados do MST”, explicou.

Segundo Manoel Antônio, nos últimos anos de luta da Reforma Agrária construída pelo MST, o movimento passou por um aprofundamento que é discutir a Reforma Agrária Popular. “Isso passa por uma abertura do MST para que todas as entidades e movimentos construam a Reforma Agrária. O papel da Reforma Agrária é muito amplo no Brasil. Tem várias bandeiras, políticas públicas do estado, há uma necessidade de aglutinação e fortalecimento de outros movimentos como a Liga Campesina e o Movimento de Pequenos Agricultores (MPA)”.

O militante do MST destacou que desde o golpe de 2016, passando pelo governo Temer e Bolsonaro, o movimento não conseguiu avançar em nada no que se refere à luta da Reforma Agrária. Portanto destacou que a mudança na política nacional é uma conquista fundamental para as futuras gerações de famílias assentadas do MST em Sergipe e no Brasil.


FLORIOU

Toda a esquerda de Sergipe fez passagem na 7ª Feira Estadual da Reforma Agrária Popular para prestigiar a atividade do MST. Na sexta-feira, dia 2 de setembro, vários dirigentes sindicais da Central Única dos Trabalhadores (CUT Sergipe) participaram do encerramento da feira.

“Tenho o prazer e o orgulho de, enquanto CUTista, ter este grande movimento de referência na minha formação política”, afirmou a professora Ivônia Ferreira, vice-presidenta da CUT/SE. Segundo Ivônia, foi nas aulas de História na escola pública que foi desvendado o preconceito instaurado contra o MST. “A educação é o melhor remédio contra o preconceito. E o Brasil inteiro um dia ainda vai entender a importância do MST para a consolidação da democracia brasileira e a superação do passado colonial, escravocrata e da ‘indústria da fome’ que ainda hoje gera tanta desigualdade no Brasil”, afirmou Ivônia.

O presidente da CUT/SE, Roberto Silva, reforçou as palavras de Ivônia. “O presidente Lula, no debate no Jornal Nacional, demonstrou muito bem para o povo brasileiro o papel e a importância do MST para o Brasil. Quero saudar todos os trabalhadores do campo, da agricultura familiar e também os trabalhadores urbanos que vieram até aqui em solidariedade e apoio à luta do MST”.

No encerramento da 6ª Feira Estadual da Reforma Agrária estiveram presentes lideranças dos movimentos sociais, candidatos de esquerda, dirigentes sindicais do SINERGIA, do SINDOMESTICO, do SINTESE, do SINTECT/SE, do SINDISAN, do SINASEFE, do SINDIJOR, do SINPSI, do Sindicato de Trabalhadores Rurais de São Cristóvão e dos Sindicatos de Servidores Públicos Municipais de Malhada dos Bois, Santa Luzia do Itanhy, São Francisco e Poço Verde.