Escrito por: Portal CTB
Cerca de 40% das pessoas entre 16 e 32 anos que moram e trabalham no campo são analfabetas. O analfabetismo atinge 3 milhões dos quase 8 milhões de trabalhadores rurais do país nesta faixa etária, de acordo com a secretária de Jovens...
Para Maria Elenice, as condies atuais do ensino obrigam o jovem a escolher entre o estudo e o trabalho. O trabalhador rural tem que buscar a cidade para ter acesso sade, informao e escola. Mas como vo pegar um transporte precrio para estudar na cidade se esto cansados do trabalho exaustivo?", questionou.
A coordenadora do curso de Licenciatura em Educao no Campo da Universidade de Braslia, Mnica Molina, tambm apontou a pouca oferta de escolas no campo como responsvel pelas altas taxas de analfabetismo. O interesse em estudar existe. Hoje, o trabalhador d mais importncia ao estudo do que em geraes anteriores, mas quando o aluno chega 5 srie, dificilmente encontra turmas no meio rural. Ento ele precisa ir estudar na cidade mais prxima e acaba desistindo.
Em pesquisa feita em assentamentos de reforma agrria, Molina constatou que, aproximadamente 70% das escolas rurais, so de 1 a 4 srie, enquanto 25% atendem os alunos de 5 a 8 e apenas 4% tm turma de ensino mdio. A consequncia que poucos alunos vo alm dos primeiros anos de escolaridade. Este fator, somado s faltas, repetio de sries, professores despreparados e recursos didticos escassos, leva ao analfabetismo funcional. Sem acesso escolarizao correta na idade apropriada, o jovem acaba perdendo a condio de ler e interpretar aps alguns anos, afirmou Mnica.
Como soluo, Mnica e Maria Elenice defendem a ampliao do nmero de escolas no campo. De 2005 a 2007 foram fechadas 8 mil escolas rurais e agora temos que garantir as que j existem, disse Molina. No adianta investir em transporte das pessoas para cidades prximas. Poucos vo arriscar a vida em pau de arara para terminar o ensino mdio, completou Maria Elenice.
Fonte: Agncia Brasil