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Aracaju tem ato de apoio à Greve Nacional dos Correios

Governo Bolsonaro quer aproveitar a greve para acabar com direitos dos trabalhadores dos Correios. Greve é pelo Plano de Saúde, pela vida, contra destruição do Acordo Coletivo e contra privatização dos Correios

Publicado: 21 Agosto, 2020 - 15h02 | Última modificação: 21 Agosto, 2020 - 15h26

Escrito por: Iracema Corso

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O terceiro dia de Greve Nacional dos Correios começou com ato do SINTECT/SE (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Sergipe) nesta quinta-feira (20/8) na porta da unidade dos Correios da Rua Acre, em Aracaju.

A Greve Nacional dos Correios começou porque o governo Bolsonaro, em plena pandemia da Covid-19, decidiu acabar com o Plano de Saúde e eliminar 70 das 79 cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Outro fato importante é que ministros do STF estão decidindo sobre a vigência do ACT, mas até o momento apenas houve 2 votos contrários à luta dos trabalhadores sinalizando que a greve deve continuar.

Em defesa do Acordo Coletivo de Trabalho, do Plano de Saúde e contra a privatização, trabalhadores dos Correios ficaram em frente da unidade e do outro lado da rua com máscara e álcool gel para evitar o contágio por Covid-19 – que já contaminou 60 trabalhadores dos Correios em Sergipe e, em todo o Brasil, já matou mais de 100 trabalhadores dos Correios. 

Os sindicalistas denunciaram que foi divulgado ontem pela mídia nacional um contracheque falso dos trabalhadores dos Correios – com proventos e sem os descontos que incidem sobre os salários. O movimento alertou para a importância da atuação nas redes sociais para manifestar apoio à greve e desmascarar as informações divulgadas que não correspondem à realidade.

Da porta da unidade, o dirigente sindical Diego Ramos chamou mais trabalhadores para construir a Greve Nacional.

“Colegas, vamos pra luta, sai deste carro, esquece esta função. Sabe por quê? Porque eu estou aqui brigando por você, pelos direitos de todos nós. Não se acovarde, não recue. Venha pra luta, venha pro sol, venha pra chuva aqui fora, venha valorizar o que você recebeu por direito. Vou voltar de moto para a minha cidade a 140km daqui, vou pegar sol e chuva, mas eu tinha que vir aqui dizer que o Correio é nosso, somos nós que fazemos esta empresa e não vamos deixar que ela seja destruída nem que destruam os nossos direitos”, desabafou o trabalhador dos Correios no município de Cristinápolis.

TODO APOIO

Como sindicalista e como cidadã, a servidora pública Lucinara Santos também viajou de Campo do Brito até Aracaju para prestar apoio e participar do protesto. “É muito importante que todas as classes se unam para dar este apoio aos trabalhadores dos Correios, é necessário neste momento do desgoverno Bolsonaro que quer a todo o tempo atacar os Correios”, afirmou Lucinara Santos, dirigente do Sindbrito e da Fetam (Federação dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal).

O professor Roberto Silva, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), trouxe o apoio da central para a Greve dos Correios.

“É uma greve mais que legítima. Os trabalhadores estão lutando para o governo Bolsonaro respeitar o Acordo Coletivo que está sendo destruído. Um acordo, inclusive, referendado pelo TST. Portanto a Greve dos Correios é uma greve legal, justa e necessária. A luta também se dá contra privatização, porque os Correios também tem o papel fundamental de levar o serviço postal aos 4 cantos do País. A privatização vai destruir a cobertura do serviço postal no Brasil”, alertou o presidente da CUT/SE.

O dirigente do SINTECT/SE João Neto apontou que a empresa dos Correios é lucrativa, superavitária e produz lucro para a nação brasileira, portanto toda população será prejudicada com sua venda.

“Bolsonaro disse que a empresa pública dos Correios deve ser extinta. Não tem outro motivo para acabar com Acordo Coletivo, isso é para privatizar a empresa. Há uma campanha de difamação contra o serviço dos Correios. Querem melhorar o serviço dos Correios? Tem um déficit de funcionários para o governo federal corrigir. Não vamos aceitar privatização. Vamos chamar à responsabilidade os deputados e senadores de Sergipe nesta luta contra a venda dos Correios. Mais de 5 mil municípios vão ficar sem serviço postal, idosos, aposentados vão ser seriamente prejudicados e a população como um todo”, declarou.

E a greve continua! No fim do protesto, o SINTECT/SE organizou uma assembleia para decidir a agenda de luta em Sergipe para os próximos dias da Greve Nacional dos Correios.