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ARTIGO: Operação Lixo embaixo do tapete ou o quê?

Quem eram, afinal, tão ilustres visitantes à mina Mosaic?

Publicado: 05 Dezembro, 2022 - 11h07 | Última modificação: 05 Dezembro, 2022 - 13h02

Escrito por: SINDIMINA

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A “Operação Pinta Meio-fio” recentemente desencadeada pela gestão local da Mosaic lembrou o modus operandi do Qatar na vã tentativa de esconder do mundo a sujeira que o país colocou embaixo do tapete para sediar a Copa do Mundo. A diferença é que não estamos no Qatar e muito menos na Copa do Mundo.

A “Operação Pinta Meio-fio” implementada às pressas pela gestão local da Mosaic, sob estressantes “corre-corre” e “vamos-vamos”, segundo foi informado, visava preparar o cenário para a visita de um alto escalão da empresa. Segundo os mais antigos, esse tipo de operação no CTV nem assusta mais. Todo mundo já está acostumado. É sempre a mesma coisa, para depois “tudo ficar como d’antes no quartel de Abrantes”.

Entretanto, é digno de registro que a “Operação Pinta Meio-fio” da Mosaic em tempo recorde fez pintura ao estilo e velocidade do super-herói “the flash” na gaiola, fato que nos impõe as seguintes perguntas: Por que a empresa não pintou a gaiola por ocasião do hidrojateamento, já que a gaiola teria que ser pintada em 24h? Por que pintá-la às carreiras, com a tinta escorrendo e sujando o blusão dos trabalhadores? Por que passar pano no local e ir pintando ao mesmo tempo, devido à umidade e a correria? Por que preferiram atrasar a troca de turno com apenas um deck subindo e descendo, enquanto o outro deck estava sendo pintado de qualquer jeito?

Segundo os comentários que rolam nos corredores, ou melhor, nas galerias da mina, a tal “Operação Pinta Meio-fio” levada a termo numa velocidade só comparável ao “the Flash”, super-herói dos quadrinhos, visava preparar o cenário para a visita de um membro de alto escalão da direção da Mosaic. Por isso o frenético apelo no sentido de “organizar as coisas para não ficarmos mal na fita e mantermos uma boa aparência”.

O RESULTADO DA OPERAÇÃO
O que se conseguiu fazer em tempo recorde? Bem, foram substituídas as proteções laterais das tubulações de água, que ficam em frente à descida e subida da gaiola do Poço II, na Mina, que mal tinham sido colocadas. Foi substituído o divisor da fila na mina, para aguardar a gaiola. Antes eram correntes plásticas, com cones, onde colocaram cavaletes com faixas refletivas.

Além disso, foram colocadas novas britas no piso para manter não só a segurança, mas também uma boa aparência, uma vez que, fazia tempo que a empresa não repunha a brita. E a reposição de britas dá um visual atrativo, afinal, o tal diretor estava vindo e tudo que a empresa fazia era em nome do “marketing social”.

Foram substituídas as Iluminações interna e externa da gaiola. Vocês precisam ver. Agora parece show na Broadway! Foram trocadas também as placas de identificação interna e externa da gaiola e foi refeito o caminho seguro, afinal de contas, a imagem do CTV tinha que estar à altura do visitante ilustre.

E se tudo isso não foi feito antes, é porque o peão nunca foi prioridade! E afinal, DSS para quê? Para falar de outros temas como segurança, saúde do trabalhador, ambiente hostil e tantos outros assuntos? Que saudade da farda cáqui...

Por fim, para ficar tudo digno dos olhos do ilustre visitante, todos fizeram a barba. Será que distribuíram barbeador? E se distribuíram, será que vão descontar da PLR, ou das horas extras que a empresa não registra e nem paga?

E O ILUSTRE VISITANTE?
Para quem assistiu o desenrolar da “operação pinta meio-fio” com olhos inocentes, o próximo ato dessa verdadeira “Ópera Bufa”, que seria a chegada do ilustre visitante do alto escalão da direção da Mosaic, deu xabu. É que o ilustre visitante simplesmente não veio! E assim, depois de tudo o que foi feito em tempo recorde, que repetimos, era para ter sido feito há tempos, o ilustre visitante, que seria oriundo do alto escalão da direção da mineradora americana, simplesmente não apareceu!

Entretanto, não fiquem tristes, porque graças a um ocasional golpe de sorte, o trabalho feito com esmero e velocidade digna do “The Flash” não foi em vão, devido a uma curiosa coincidência: o CTV teve uma outra visita, desta feita, de um magistrado daqui das terras do saudoso Cacique Serigy. E embora não se queira semear a dúvida, uma conveniente pergunta paira no ar: Será que havia mesmo um tal ilustre visitante, integrante do alto escalão da Mosaic, ou a “Operação Pinta Meio-fio” se destinava a recepcionar o magistrado da terrinha? E o magistrado em questão já estava certo dessa visita? Ou seriam duas visitas? Essas respostas são como “pé de cobra”, ninguém conhece, afinal, conta-se nos dedos o número de pessoas que sabiam dessas visitas.

E A TAL VISITA?
Enfim, o grande dia. O magistrado desceu à mina. E, como já era esperado e não é novidade para ninguém, ele foi guiado” em uma visita pelos pontos “turístico da mina”, onde a “Operação Pinta Meio-fio” tinha trabalhado na melhoria do cenário. E então, os anfitriões o levaram ao estacionamento, ao RN, onde os trabalhadores laboram com blusão por causa do frio que fica em frente aos sprays chamber, onde tem pia para lavar as mãos, painel limpo, organizado, e tantas outras coisas que já sabemos.

E agora me responda: vendo tão excelentes condições de trabalho, quem aceitaria que o trabalhador reclamasse de calor, da alta temperatura, do desgaste físico, das condições insalubres e periculosas, do tempo à disposição? Agora, com certeza, dá para entender o porquê de tanta maquiagem da “Operação Pinta Meio-fio”, não dá?

A VERDADE VIRÁ À TONA
Da visita, o que se sabe é que o visitante pediu para conhecer os banheiros químicos, mas, como já era de se esperar, não lhes foram mostradas as nojeiras dos banheiros que ficam sem limpeza e manutenção. Ao contrário, ao visitante foram mostrados os banheiros que estavam no “roteiro turístico”, com estorinhas para boi dormir sobre o período de limpeza e recolhimento dos dejetos.

Por que não mostraram todos os banheiros? Por que não mostraram todos os painéis de produção? Por que não mostraram o peão trabalhando em “fundo de saco”? Por que não mostraram a realidade do tratamento de choco? E quando nos referimos a tratamento de choco, não nos referimos àqueles pequenos. Por que não mostraram as condições de um prolongamento, montagem, mobilização de painel e tantas outras atividades críticas, periculosas, sob calor, ruído, poeira, trabalho pesado, insalubres, ou das arbitrariedades cometidas com as terceiras?

Enfim, o roteiro turístico da visita do magistrado foi feito em locais maquiados, com painéis parados, sem Marieta cortando na rocha e, portanto, sem poeira, sem ruído. Por que não ligaram a Marieta e colocaram para cortar rocha? Por que não colocaram o Shuttlecar para rodar? Por que não ligaram o feeder e demais equipamentos, para depois fazer a medição de temperatura, poeira, ruído?

SINDIMINA NÃO FOI CONVIDADO
Por razões óbvias, o SINDIMINA não foi comunicado e nem convidado, porque não concordaríamos em maquiar e utilizar truques mágicos para corromper a verdade. Estamos e sempre estaremos disponíveis a acompanhar e mostrar a realidade, sem maquiagem, seja na mina ou usina. E na hora certa, nós faremos isso! O nosso jeito de ser é bastante diferente do jeito Mosaic de ser.

ESTAMOS EM PLENA NEGOCIAÇÃO DO ACT
É importante destacar uma verdade: a Mosaic registrou lucro líquido de 841,70 milhões de dólares no 3º trimestre, alta de 829% no lucro líquido no 2º trimestre. Saber dessa verdade é importante, porque estamos negociando o ACT 2022/2023. E na hora de a empresa recompensar o trabalhador pela produtividade e lucratividade, o discurso é sempre o mesmo, de que não pode porque está no vermelho. Mas, no que depender do SINDIMINA, qualquer tentativa da Mosaic de prejudicar o trabalhador vai dar xabu.