Escrito por: Professor Roberto Amorim (Coletivo de Combate ao Racismo do SINTESE)

Artigo: Saúde mental e magistério

Estudos desenvolvidos por Zaidan e Galvão (2020) concluíram que profissionais do magistério durante o período pandêmico tiveram a partir daquele momento suas vidas, suas rotinas impactadas, principalmente no momento em que o seu espaço familiar foi infiltrado e de forma legitimada transformou-se numa extensão das atividades que em tempos normais eram ministradas e desenvolvidas na rotina da sala de aula.

Profissionais do magistério envoltos num clima estressante sentiram-se desafiados tanto a encarar a nova rotina que lhe foi imposta, quanto ao ato de empreender qualidade no seu fazer pedagógico. Contudo, é necessário asseverar que professores (as) agem de forma diversificada ao encarar situações estressantes levando em consideração as particularidades das situações sociais individuais.

A OMS/2022 definiu que a auto-pressão por resultados positivos na execução do trabalho docente, somada à rotina social causada pelo isolamento se constituíram entre outros como combustíveis essenciais geradores da depressão e da ansiedade em professores no exercício recente da sua titularidade em sala de aula.

Referendado por esse contexto pós-pandêmico o Sintese, representado por sua direção, no ultimo dia 18/04, discutiu com a diretora da DEA a gravidade da situação em relação à saúde mental de professores e professoras do estado de Sergipe. Diante da gravidade do quadro parcial apresentado pela DEA, o Sintese cobrou ações efetivas, continuadas e colocou a necessidade da SEDUC apresentar estudos sobre o quantitativo de professores acometidos como também um projeto que atue junto ao professorado enfocando a saúde mental que se apresenta como preocupante.

Temos professores sergipanos que abandonaram a sala de aula por mais de um ano sem prestar qualquer informação a SEDUC; professores vivendo em situação de rua; professores em sala de aula apresentado comportamento atípico, violento; professores reclusos, auto-encarcerado por mais de um ano nas suas próprias residências sem ao menos se deslocar para receber os proventos mensais, tudo isso se constitui numa pequena amostra de um mal que pode ser muito maior quando tivermos um estudo abrangente envolvendo a saúde mental do magistério sergipano.