CUT-SE encaminha ao MPT denúncias de assédio eleitoral em quatro cidades
As denúncias são de trabalhadores e trabalhadoras das cidades de Estância, Japoatã, Aracaju e Tobias Barreto. Ameaçar de demissão e obrigar trabalhador a votar em Bolsonaro é crime. Denuncie
Publicado: 21 Outubro, 2022 - 10h50 | Última modificação: 24 Outubro, 2022 - 09h29
Escrito por: CUT Sergipe
Na manhã desta sexta-feira (21), a CUT-Sergipe protocolou no Ministério Público do Trabalho (MPT) várias denúncias de assédio eleitoral contra empresários do município de Estância, gestores do Hospital Oftalmos em Aracaju, Sérgio Boca, em Tobias Barreto, e São Francisco Cítrus, em Japoatã. As denúncias serão apuradas pelo MPT e o patrão que cometeu crime de assédio eleitoral será punido.
Patrões em várias empresas e indústrias que estão tentando obrigar trabalhadores a votar no presidente Jair Bolsonaro (PL) no 2º turno das eleições estão sendo denunciados em todo o país. Se você é vítima de ameaça de demissão e está sendo obrigado ou obrigada a votar no candidato do patrão, denuncie. A denúncia pode ser feita no Portal da CUT.
Denúncias já foram feitas em Estância, Japoatã, Aracaju e Tobias Barreto
Em Aracaju, a proprietária do Hospital Oftalmos foi denunciada por intimidar e ameaçar de demissão uma funcionária que votou em Lula no 1º turno das eleições. A trabalhadora que denunciou este crime também revelou que as secretárias que não votarem em Lula irão receber R$ 200 de bônus da empresa.
Segundo a trabalhadora, a prática de assédio eleitoral acontece na Clínica Oftalmos desde o primeiro turno das eleições, quando a patroa distribuiu santinhos com foto e número do candidato a deputado federal Rodrigo Valadares ligado a Bolsonaro em Sergipe. De acordo com a trabalhadora, todos os dias, quando a proprietária passa na frente dos funcionários, questiona em quem o trabalhador votou no primeiro turno e incita que todos devem votar em seu candidato Jair Messias Bolsonaro, caso contrário, irá fechar a empresa e demitir todos os funcionários.
Em Japoatã, trabalhadores denunciaram o gerente da empresa São Francisco Cítrus que fez uma reunião para ameaçar os trabalhadores dizendo que no 1º turno, só 4 pessoas votaram em Bolsonaro no município de Japoatã e 218 votaram em Lula. Segundo os trabalhadores, o gerente reforçou a ameaça neste 2º turno: “o gerente disse que dessa vez não tem perdão, se o coiso perder, todos vão pra rua".
Na cidade de Estância foi gravado um vídeo registrando o momento do assédio eleitoral. Da mesma forma, a empresa Sérgio Boca de Tobias Barreto foi denunciada e viralizou nas redes sociais o vídeo com os patrões bolsonaristas acertando como farão para obrigar os seus funcionários a votarem em Bolsonaro.
O presidente CUT/SE, Roberto Silva, defende que o crime eleitoral não pode definir o resultado do 2º turno das eleições nem em Sergipe e nem no Brasil. “A CUT faz um apelo às autoridades competentes para que possam proteger os trabalhadores deste tipo de violência que destrói aqui e ali a democracia brasileira”, afirmou Roberto Silva, presidente da CUT Sergipe.