Escrito por: Iracema Corso
Ato de filiação aconteceu na beira do São Francisco e contou com a presença de 150 mulheres e homens da associação
Foi na beira do São Francisco, no Sítio da Tia Cida, no município de Brejo Grande, que aconteceu o ato de filiação da Associação das Mulheres Pescadoras e Trabalhadores Ribeirinhos do Povoado Saramem Resina à Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE) com o objetivo de fortalecer a luta por autonomia e condições de vida digna para a população ribeirinha.
A atividade reuniu mais de 150 mulheres e homens ribeirinhos no dia 8 de junho e também contou com a presença de dirigentes sindicais da CUT/SE.
A presidenta da Associação Maria Aparecida comemorou a presença de todas as mulheres e homens de sua comunidade neste ato importante para o futuro de sua associação.
“Eu tenho muito orgulho das mulheres de minha associação. São mulheres guerreiras que precisam de muita ajuda. São mulheres que enfrentam a pobreza como eu; e é muito bonita a união das nossas mulheres. Quando eu digo que tem reunião, não fica ninguém de fora. A pobreza é dura e estas guerreiras estão decididas a lutar por uma vida melhor para suas famílias. Então elas participam de tudo, trazem os filhos, os netos, elas não aceitam essa vida de pobreza e humilhação”, declarou Cida.
Cida aproveitou a ocasião para falar um pouco sobre a realidade da população ribeirinha. “As coisas estão muito difíceis para nós. Com essa chuva toda, você sabe que o peixe se esconde, o peixe já se acabou. Muitas famílias estão passando dificuldade, dependem do Bolsa Família e existem aquelas que estão há mais de 1 ano e meio sem receber o Bolsa Família. Fico doente, de coração partido, por ver mães com quatro ou cinco filhos nesta situação”, explicou Cida.
Maria Aparecida explicou que a sua associação vai completar 2 anos de existência no dia 7 de novembro e reforçou que toda ajuda à comunidade ribeirinha é bem vinda neste momento.
Dirigente da CUT/SE, Quitéria Santos, falou um pouco da sua experiência pessoal de atuação frente ao SINDOMÉSTICO/SE. “É muito importante a filiação da associação, dos sindicatos, para se fortalecer, ter mais apoio da CUT até para ter acesso a outras instituições e órgãos públicos. A gente sozinha não consegue se fortalecer. Uma andorinha só não faz verão”, resumiu Quitéria.
Devido à chuva e ao dia de feriado, João Fonseca, dirigente da CUT/SE, imaginava que não haveria tanta gente no ato de filiação à CUT.
“Foi excelente. Participar do ato de filiação da Associação de Pescadoras e Pescadores da Comunidade Santarem/ Resina foi, para mim, o momento de maior satisfação enquanto diretor da CUT Sergipe. A CUT vem filiando as associações que trabalham com a Economia Solidária. Saímos na frente nesta tarefa. Fizemos a filiação no feriado, enquanto muitos curtiam momentos de lazer, a diretoria da CUT/SE viajou até Brejo Grande para ver e ouvir essas mães de família que vivem da pesca e de trabalhos solidários”, declarou João Fonseca.
A presidenta da associação Cida agradeceu o apoio da CUT por esta atividade no dia 8 de junho e outras que virão fortalecendo a esperança na luta por dias melhores.