Ato cobra justiça por Genivaldo no primeiro dia do Júri Popular
Publicado: 26 Novembro, 2024 - 16h11 | Última modificação: 27 Novembro, 2024 - 11h23
Escrito por: Iracema Corso
Um acontecimento que marcou o ano de 2022 foi o assassinato de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, com sofrimento mental, residente do município de Umbaúba, no dia 25 de maio, por efeito de gás tóxico dentro da viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
As imagens da morte de Genivaldo circularam nas redes sociais fortalecendo a denúncia internacional do crime. A Central Única dos Trabalhadores (CUT/Sergipe) participou dos protestos e mobilizações cobrando a punição dos culpados.
Hoje, no Fórum Ministro Heitor de Souza, em Estância, teve início o Júri Popular com os três policiais rodoviários que participaram da abordagem policial que resultou na morte de Genivaldo Santos.
Em frente ao Fórum, familiares de Genivaldo Santos lideranças do Movimento Negro Unificado (MNU) levaram faixas de protesto e acenderam velas cobrando justiça pela morte de seu familiar. Os três policiais são acusados de tortura e de homicídio triplamente qualificado.
A direção da CUT/SE espera que a justiça seja feita, que não fiquem impunes os responsáveis pela morte de Genivaldo Santos.
Membro do MNU e presidente do Sacema, Carlos Augusto, esteve no protesto desta terça-feira, 26. “Genivaldo só foi parado e executado porque era um homem pobre e negro. Se ele não tivesse esses requisitos, não teria acontecido este crime brutal contra ele. Além de tudo, foi um crime de racismo”, afirmou Carlos Augusto.
A vice-presidenta da CUT/SE, Caroline Santos, destacou que a abordagem policial truculenta feita com pessoas que possuem sofrimento mental e quadro neurológico atípico, no último 15 de novembro, no município Governador Valadares, em Minas Gerais, levou à morte a jovem grávida Thainara Vitória Francisco Santos que tentava defender seu irmão autista de 15 anos de idade.
“Uma abordagem policial não pode resultar em morte. Quando a abordagem policial é cruel e não respeita sequer os direitos humanos e civis das pessoas com transtornos mentais, é o momento de nos alertamos para a necessidade de uma transformação no modo de agir da polícia que não pode continuar fazendo vítimas. O papel da Polícia é proteger a população, gerar segurança, incentivar a cidadania,” declarou Caroline Santos.
No turno da manhã aconteceu a escolha do júri. A oitiva das testemunhas teve início no turno da tarde. O julgamento acontece no momento e é acompanhado por familiares de Genivaldo Santos e por familiares dos acusados. A previsão é que o veredito será divulgado no domingo, dia 1º de dezembro.