Ato com ‘Banho de Sangue’ na PMA pede lockdown para salvar vidas
Publicado: 30 Junho, 2020 - 14h00 | Última modificação: 30 Junho, 2020 - 16h51
Escrito por: Iracema Corso

Nesta terça-feira (30), dia em que o prefeito de Aracaju anunciou o fim do isolamento social, conforme o decreto nº 6162, sindicalistas e militantes marcaram a data com um ‘banho de sangue’ simbólico na porta da prefeitura para alertar que a pandemia se alastra em Sergipe e não é momento de afrouxar a luta contra a Covid-19.
Militantes da Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), UGT, CTB e Conlutas cobraram de Edvaldo Nogueira o lockdown em Aracaju, além de medidas mais rígidas para reduzir o número de contaminados (24.817) e mortos (653) pela Covid-19 em Sergipe.
Secretária de Relações do Trabalho da CUT/SE e dirigente do SINDIJOR/SE, Caroline Santos alertou que além dos trabalhadores da saúde, a contaminação por Covid-19 já atinge todas as categorias de trabalhadores. “Na rede privada de saúde, 100% das UTIs estão ocupadas e temos a informação que na rede pública, o índice de ocupação das UTIs alcança 65%. Pelo crescimento do contágio em Aracaju e interior de Sergipe, entendemos que estamos muito perto do colapso da saúde e não podemos aceitar essas mortes aumentando porque o lucro não pode parar. Edivaldo e Belivaldo não podem ceder à pressão dos empresários sacrificando a saúde da população e muitas vidas”, afirmou.
Segundo Cláudia Oliveira, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT/SE, o crescimento da contaminação pela Covid-19 é a motivação para sair de casa e lutar pelo lockdown em Sergipe. “A gente já vê pessoas da nossa família contaminadas pela Covid-19 implorando que a gente não saia, mas a gente precisa sim sair e alertar ao governador e ao prefeito de Aracaju para que tenha mais cuidado e faça o lockdown. É importante que tudo feche e as ruas sejam trancadas. Todo esforço vale à pena para reduzir a contaminação e o número de mortes”, alertou.
Questão de sobrevivência
O ato desta terça-feira aconteceu ao lado de uma fileira com uma dezena de ônibus, aproximadamente, e coincidiu com a entrega destes novos carros para circular em Aracaju. O presidente da CUT/SE, Roberto Silva, aproveitou a presença e falou aos trabalhadores do transporte público sobre os riscos de contaminação.
“Os empresários só querem lucrar e o transporte coletivo é um dos piores setores que se tem em Aracaju. É o lucro acima de tudo, esfolando os condutores de ônibus. Agora tiraram os cobradores para que o motorista faça o trabalho de cobrador. E vimos agora passando aqui ônibus superlotados colocando também os trabalhadores passageiros em risco de contaminação comunitária e morte por Covid-19. E de que adianta fazer inauguração, se vários transportes estão sendo retirados de circulação e a população em plena pandemia tem que seguir espremida dentro dos carros para trabalhar?”, questionou Roberto Silva.
Em Sergipe, este é o terceiro ato que simboliza o ‘banho de sangue’ e que tem o objetivo de alertar para o prefeito de Aracaju e o governador de Sergipe para a necessidade do lockdown e de proteger a população contra a Covid-19. No dia 22 de junho (Ato simboliza banho de sangue no Palácio do Governo e cobra lockdown em Sergipe), o ‘banho de sangue’ aconteceu na porta do Palácio do Governo e ontem (29/6), teve ‘banho de sangue’ no Centro de Aracaju. “Vamos continuar denunciando a ganância do lucro acima da vida. Belivaldo e Edivaldo serão responsabilizados sim, porque abrir e flexibilizar o comércio como eles estão fazendo é algo que coloca em risco a vida de todos nós”, criticou Roberto Silva, presidente da CUT/SE.