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'Ato Criança não é mãe e estuprador não é pai' toma ruas do Centro de Aracaju

Publicado: 15 Junho, 2024 - 17h36 | Última modificação: 15 Junho, 2024 - 18h06

Escrito por: Iracema Corso

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“Criança não é mãe. Estuprador não é pai”, entoaram as mulheres de Sergipe na manhã deste sábado, dia 15 de junho, pelas ruas do Centro de Aracaju. O protesto feminista reuniu coletivos de mulheres contra o Projeto de Lei 1904/2024 que pune mulheres e garotas vítimas de estupro.

Também conhecido como PL do Estupro, o projeto de lei de autoria do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL/RJ), com o apoio da bancada evangélica, tramita no Congresso Nacional em regime de urgência e prevê uma pena de até 20 anos de cadeia para as mulheres que façam aborto após a 22ª semana de gestação.

Caso o projeto seja aprovado, o aborto será punido como crime de homicídio, mesmo nos casos de aborto legal por estupro; gravidez com risco à vida da mulher ou gravidez com feto anencéfalo, com ausência do encéfalo e de calota craniana.

Dirigente do PT, Yanaiá Rolemberg trouxe sua família e sua indignação para a manifestação. “O crime recente do pai acusado de estuprar a própria filha internada na UTI é um exemplo da dor e sentimento de impotência que meninas, mulheres e crianças estupradas enfrentam. Piorar o sofrimento dessas vítimas, essas garotas e mulheres que foram reféns da violência sexual machista é uma atitude covarde que atenta contra os direitos humanos da mulher”, declarou Yanaiá Rolemberg.

A vice-presidenta da CUT/SE, a jornalista Caroline Rejane Santos, reforçou que o PL do Estupro não pode ser aprovado e toda a sociedade brasileira precisa se manifestar.

“Este PL só serve para livrar a cara do estuprador e para nos condenar enquanto mulheres e, inclusive crianças, vítimas do estupro. O Congresso Nacional poderia estar discutindo outras pautas que são muito importantes, mas não... Temos deputados e deputadas fundamentalistas que não querem o desenvolvimento do nosso País e colocam este PL para votação fazendo com que uma criança ou mulheres estupradas que hoje têm direito ao aborto sejam criminalizadas e passem a cumprir até 20 anos de cadeia”, explicou Caroline Rejane Santos.

Para a vice-presidenta da CUT/SE, é preciso pressionar todos os políticos com mandatos eletivos para que não votem a favor deste projeto de lei que tortura as mulheres e garotas vítimas de estupro. “Nos juntamos a mulheres de todo o Brasil para protestar contra este projeto de lei e dizer a todos os deputados e deputadas que nós, mulheres, estamos de olho e vamos denunciar quem apoiar o PL do Estupro”, declarou Caroline.

O ato “Criança não é mãe. Estuprador não é pai”, construído pelo movimento sindical, pelos movimentos sociais e coletivos de mulheres de Sergipe, teve início na Praça General Valadão e seguiu em caminhada dialogando com a população do Centro de Aracaju até a Praça Fausto Cardoso.