Ato Político Cultural pelo Dia Internacional da Mulher será domingo na Orla

'Resistimos para viver, vivemos para transformar' é o tema do Dia 8 de março de 2020 (domingo), uma data que será marcada em Aracaju por Ato Político Cultural pelo Dia Internacional da Mulher. A concentração será às 9h da manhã nos Arcos da Orla de Atalaia e toda a população é convidada a participar.

Desde o dia 29 de fevereiro, mulheres trabalhadoras, dirigentes sindicais e militantes do movimento social se revezam nos terminais de ônibus de Aracaju distribuindo panfletos e dialogando com a população sergipana sobre o preconceito machista e os tipos de agressão que a mulher sofre diariamente.

Com o panfleto, o movimento feminista denunciou que a cada 2 minutos 1 mulher sofre violência doméstica e a cada 2h uma mulher é assassinada. São oficialmente registrados 80 estupros por dia. Em Sergipe, só em 2019, tivemos 21 casos de feminicídio. Mulheres são exploradas sem trabalho remunerado e só 30% tem acesso ao trabalho para manter suas famílias.

A falta de política pública preventiva sobre a gravidez na infância e adolescência também foi denunciada, pois 25% dos partos são de meninas com idade entre 10 e 19 anos. As mulheres trabalhadoras denunciam a falta de creche, pois só existem vagas para 14% das crianças e bebês em idade de creche e educação infantil.

A professora Joelma Dias (Sindipema) Secretária de Organização da CUT/SE estava panfletando ontem de tarde na feira do Augusto Franco. “Só entregamos o panfleto para mulheres, alguns homens não estavam receptivos, não queriam nem pegar o panfleto nem prestavam atenção e muitos nem olhavam, então resolvemos entregar só para mulheres. Muitas ficaram interessadas pelo tema e até leram o panfleto junto conosco. O ato está contando com a colaboração de muitas mulheres, muitas professoras da ativa e aposentadas confirmaram que irão. Todas estão percebendo a importância de estar na rua e lutar contra esse governo opressor e toda opressão machista”, avaliou.

Luta Feminista

A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT/SE, Cláudia Oliveira, relatou que a programação foi construída coletivamente por todas as organizações integrantes do Fórum de Mulheres de Sergipe, constituído no Seminário na Fetase (em 20/7/2019). Fruto dos debates e reuniões do Fórum, foi construído um documento que será entregue ao governador Belivaldo Chagas e ao prefeito de Aracaju Edvaldo Nogueira.

“As mulheres de Sergipe ganham 11% menos que os homens e gastam cerca de 21hs semanais nos afazeres domésticos. O 8 de março é uma data importante para a luta da mulher trabalhadora e vamos aproveitar para mobilizar rumo à greve geral do dia 18/3. Queremos reconquistar nossos direitos. A gente exige que o governo revogue a Reforma da Previdência porque essa reforma não vai resolver o problema e ela retira direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores. É uma reforma que sacrifica quem ganha menos, aumenta a contribuição de todos os servidores e estende o desconto previdenciário para quem recebe a partir de um salário mínimo. Isso é um absurdo. Por isso estamos alertando, a partir do dia 1º de abril, as aposentadas e aposentados serão prejudicados absurdamente”, revelou Cláudia Oliveira.

A secretária da Mulher da CUT/SE afirmou que a presença das mulheres trabalhadoras é muito importante neste ato do dia 8 de março. Cláudia informou que continuará participando do Fórum de Mulheres de Sergipe e vai realizar outras atividades no mês de março, uma roda de conversa para debater e encaminhar as lutas seguintes.