Escrito por: CUT/SE
Além de prejudicar os trabalhadores do Serviço Público em todo o país, Bolsonaro demorou para sancionar a lei e o auxílio aos Estados e Municípios chegará atrasada.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) publicou no Diário Oficial da União dessa quinta (28) a Lei Complementar 173, que garante o repasse do auxílio de socorro aos Estados no enfrentamento ao coronavírus, no montante de R$ 60 bilhões, e proíbe a concessão de reajustes salariais a todos funcionários públicos da União, Estados e Municípios, até o final de 2021.
A nova lei também prevê restrições à realização de concursos públicos, criação de cargos, alteração nas carreiras dos servidores, concessão de anuênios, triênios, quinquênios, licenças-prêmio, entre outros.
Durante a tramitação do projeto no Congresso Nacional, diversos senadores e deputados federais da oposição - PT, PSOL, PCdoB, PDT, PSB e Rede - apresentaram emendas e pronunciamentos na tentativa de defender os servidores, contra o congelamento salarial. O esforço dos parlamentares conseguiu poupar os trabalhadores dos serviços públicos essenciais da Saúde, Educação e Segurança. Contudo, logo depois, Bolsonaro anunciou que iria vetar a exclusão dessas categorias.
Antes de sancionar a lei, Bolsonaro fez uma videoconferência com os governadores, onde pediu apoio para evitar que os deputados e senadores derrubassem os seus vetos e devolvessem o direito de reajuste salarial aos servidores ou à alguma categoria específica. O presidente afirmou que a solução de congelar salários era “boa”: “É de extrema importância que esse veto seja mantido por parte do Parlamento. E assim é que nós vamos construir a nossa política”, disse.
O artigo 8º da Lei 173, ora sancionada pelo presidente, traz um rol de medidas que transferem a carga das despesas do combate à pandemia aos servidores e aos serviços públicos, que serão ainda mais enfraquecidos. Entre as medidas, fica proibido a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, até 31 de dezembro de 2021, realizarem as seguintes condutas:
O ataque à remuneração dos servidores foi a condição imposta pelo Governo Federal - que segue orientações políticas ultraliberais e fascistas - para repassar R$ 60 bilhões aos governos e suspender R$ 65 bilhões em dívidas com a União e bancos públicos.
Apesar de afirmar que sancionaria o projeto de socorro para auxiliar no enfrentamento ao coronavírus “o mais rápido possível”, Bolsonaro demorou para sancionar a lei, a demora deve fazer com que os estados só recebam os recursos em junho.