Combate ao racismo e cultura preta na Caminhada da Consciência Negra 2025
Condições de vida da população negra no Brasil é tema de reflexão no 20 de novembro em Sergipe
Publicado: 21 Novembro, 2025 - 18h28 | Última modificação: 21 Novembro, 2025 - 18h50
Escrito por: Iracema Corso
Ao som do Descidão dos Quilombolas e banda Adupé, a Caminhada da Consciência Negra do Quilombo Geruzinho até o Quilombo da Maloca deu início à programação cultural e política do dia 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra em Sergipe.
No dia 20 de novembro de 2025, o Brasil possui mais de 120 milhões de homens e mulheres negras, uma população que é a maioria entre trabalhadores informais e trabalhadores desprotegidos que não contribuem com a previdência social.
A população negra corresponde a 56,4% da população brasileira, mas no mercado de trabalho recebe os menores salários e ocupa apenas 33% dos cargos de chefia e direção.
Por esta razão, a secretária de Combate ao Racismo da CUT-SE, Arlete Silva, afirmou durante a Caminhada que a data de 20 de novembro é de reflexão.
"No dia da morte de Zumbi, que é a nossa maior representação de luta pela libertação do povo negro escravizado, nós ainda sentimos hoje os resquícios desta escravidão na desigualdade racial que existe no Brasil. Precisamos acabar com o privilégio branco. Não existe essa história de dizer que somos iguais. O povo negro luta e nossas conquistas são a duras penas. Por isso hoje é um dia para a gente refletir e trazer à tona tudo o que nós estamos vivendo no Brasil, a desigualdade social, o extermínio da nossa juventude preta, nossos jovens que não tem trabalho, não tem como estudar, são muitas as questões para resolver, por isso o nosso 20 de novembro é mais de reflexão do que de celebração ", afirmou Arlete Silva.
Baixos salários e desemprego
O Dieese divulgou em novembro de 2025 que 62% da população negra do Nordeste recebe até 1 salário mínimo, corresponde a 74,2% da população e é onde, mesmo com diploma, a população negra recebe 29,7% a menos do que a população branca com diploma.
A vice-presidenta da CUT-SE, Carol Rejane, defendeu a valorização do trabalho das mulheres negras, que correspondem a mais de metade da população, são chefes de família em 24% dos lares e são sabotadas pelo racismo e pelo machismo.
"Se não tem a mulher brasileira para fazer o trabalho do cuidado, remunerado ou não remunerado, o Brasil não anda. Enquanto o trabalho da mulher negra não for valorizado, não vamos ter justiça social no Brasil", afirmou Carol Rejane.



