Escrito por: Débora Melo

CONCUT aponta para unidade do movimento sindical

Mais de mil e quinhentos trabalhadores e trabalhadoras de todas as categorias e de todos os estados do país reafirmaram a necessidade de aglutinar todos os setores da classe trabalhadora em defesa de um projeto democrático e que defenda os direitos da classe trabalhadora, durante o durante o 13º. Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CONCUT). Com o tema “Lula Livre” – Sindicatos Fortes, Direitos, Soberania e Democracia.

“Neste congresso, a CUT reafirmou que a classe trabalhadora não se resume aos que têm carteira assinada ou são servidores públicos. Os terceirizados, os trabalhadores em situação de vínculos precários e até mesmo os desempregados são classe trabalhadora!”, avaliou o presidente do Sindserv-Poço Verde e diretor de comunicação da Federação dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal (FETAM Sergipe), Jackson Ribeiro, que participou do encontro representando os sindicatos de base municipal de Sergipe.

“O movimento sindical precisa se reinventar, levando em consideração o momento atual as novas formas de exploração do trabalho, que tentam se institucionalizar. Neste sentido, como há 36 anos, a CUT se mostra vanguardista neste processo”, destacou Joaquim Silveira, Secretário Geral suplente da FETAM, que também esteve presente no CONCUT, na condição de observador.

Foram quatro dias de intensos debates, entre 7 e 10 de outubro, voltados para a discussão acerca dos desafios da classe trabalhadora no cenário de profundo desmonte das políticas públicas e de tentativa de criminalização e enfraquecimento das estruturas sindicais por parte do governo federal.

O congresso também deliberou uma intensa agenda de lutas em todo o país. Planos de lutas, moções, e eleição da nova direção nacional também marcaram o congresso. Jackson foi um dos 30 delegados eleitos em Sergipe para representar o estado no CONCUT.

O congresso apontou ainda para a defesa da soberania da Petrobras e dos trabalhadores que nela atuam, em especial no Nordeste, onde a petrolífera vem sendo desmontada e desativada, reduzindo os postos de trabalho e ampliando o desemprego. “A Petrobras é patrimônio do povo brasileiro e não podemos deixar que ela seja sucateada e desmontada para ser vendida a preço de banana para o capital internacional”, apontou Jackson.


Democratização do Judiciário

O vice-presidente da CUT/SE, e dirigente do Sindicato dos Servidores do Judiciário de Sergipe (SINDIJUS), Plínio Pugliesi, acredita que lutar por controle social no Judiciário é um dos caminhos indispensáveis para a reconstrução dos direitos da maioria da população. Por este motivo, uma das pautas que ele e outros sindicalistas defenderam no CONCUT foi a democratização do Judiciário.

“A destruição de direitos e das garantias só tem sido possível porque o Judiciário topou se aliar à elite, nacional e internacional, para derrubar a democracia do país. Hoje a ‘lawfare’ é vista como uma novidade perigosa, mas os servidores do Judiciário, há muito tempo, vêm sendo perseguidos e processados por lutarem contra esse sistema que conserva privilégios medievais. A democratização do Judiciário é um tema tratado ainda de forma muito esparsa, que carece de formulações consistentes. O Sindijus tem buscado contribuir, provocando a discussão nos espaços intersindicais, como a sua federação e a central”, avalia Pugliesi.

 

Nova Direção

Chapa única, a nova direção da CUT possui integrantes de diversos ramos de atividade. Além disso, estão representados os 27 estados da federação, mostrando que a maior central sindical do país tem, além de força, representatividade e capilaridade em todo o país. Sergipe está representado por duas mulheres sindicalistas: Ângela Melo e Ivonete Cruz.

Outro grande avanço é ampliação da participação do ramo do municipal na diretoria da CUT.

Para a presidência da entidade foi eleito por unanimidade o metalúrgico do ABC, Sérgio Nobre. A vice-presidência será ocupada pelo representante do sindicato dos Bancários, Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Vagner Freitas, presidente por dois mandatos de sete anos. A Secretaria-Geral será comandada pela primeira vez nos 36 anos de CUT por uma mulher, a trabalhadora rural, Carmen Foro.

* Com informações da CUT Nacional e CUT/SE