Escrito por: Iracema Corso
Trabalhadores estão revoltados e se mobilizam para iniciar o quanto antes greve nacional por tempo indeterminado
Na manhã desta sexta-feira, dia 31 de janeiro, os trabalhadores dos Correios de todo o Brasil amanheceram com o salário de janeiro 2020 reduzido. O corte na remuneração é referente ao Plano de Saúde, é o ‘presente’ do governo Bolsonaro com ajuda do STF para ‘comemorar’ o Dia Nacional do Carteiro, celebrado no último 25/1.
Revoltada, a categoria dos trabalhadores dos Correios está preparando em todo o Brasil uma greve geral por tempo indeterminado contra o corte no Plano de Saúde que atinge em cheio a remuneração da maioria dos trabalhadores.
Secretário Geral do SINTECT/SE (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios) e diretor de Cultura da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), Jean Marcel Reimon explicou que a coparticipação dos trabalhadores no Plano de Saúde era de 30% e foi elevada para 50%, além do aumento na mensalidade do Plano de Saúde. A medida fere a decisão firmada no dissídio coletivo de outubro/2019.
“O Governo pretende esvaziar o Plano de Saúde para facilitar a privatização dos Correios, por isso não desiste de elevar a mensalidade e a coparticipação do Plano de Saúde dos trabalhadores. Com as mudanças impostas já estamos pagando preço de plano de saúde comercial e temos informação de que 15 mil trabalhadores já saíram. Mas vamos à luta e não aceitaremos o retrocesso”, afirmou Jean Marcel.
Guerra Jurídica
Para aumentar de 30% para 50% a coparticipação dos trabalhadores dos Correios e elevar a mensalidade do Plano de Saúde, o ministro Dias Toffoly atendeu ao pleito da empresa dos Correios no intuito de interferir e modificar o dissídio coletivo, conquistado em outubro/2019. Porém, no último dia 23/1, o presidente do TST ingressou com uma liminar suspendendo a decisão de Toffoly (STF) que está de férias. Em seguida, o ministro Fux do STF também suspendeu a liminar do TST e ficou vigorando a decisão do Tofolly.
Diante da situação de retrocesso, os trabalhadores dos Correios organizaram protestos na porta da empresa em várias regiões do Brasil, na luta em defesa do direito ao Plano de Saúde e contra a privatização dos Correios. Aqui em Aracaju, a manifestação aconteceu no Complexo dos Correios da Rua Acre, na sexta-feira, dia 24/1, e contou com a presença e apoio do professor Dudu, secretário de Formação Sindical da CUT, do secretário Executivo da CUT e dirigente da Fetam/Se (Federação dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal), João Fonseca e da vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), Ivônia Ferreira.
“Os trabalhadores dos Correios têm uma rotina desafiadora, faça chuva ou faça sol, eles chegam às localidades mais longínquas levando cidadania, remédios, vacinas, livros das escolas públicas e cumprindo um papel que nenhuma outra empresa é capaz de cumprir para a integração nacional. A população brasileira precisa entender o tamanho da importância dos Correios para o nosso País e lutar contra a privatização que pode gerar um verdadeiro caos em toda a nação além do desemprego e miséria para a família dos 100 mil trabalhadores e trabalhadoras dos Correios”, ressaltou a vice-presidenta da CUT/SE, Ivônia Ferreira.
Sobre a construção da greve, o Secretário Geral do SINTECT/SE, Jean Marcel informou que os maiores sindicatos dos trabalhadores dos Correios já estão chamando uma greve para o dia 18 de março. Na sua avaliação, a data está muito distante diante da situação difícil que os trabalhadores estão enfrentando. Marcel está engajado junto à Fentect – federação que reúne 36 sindicatos de trabalhadores dos Correios do Brasil – que tem o objetivo de acelerar a mobilização na construção de uma greve nacional por tempo indeterminado para barrar os cortes no Plano de Saúde e, assim, interromper o plano de privatização dos Correios.