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Covid-19 lota hospitais em Sergipe e vacinação é 2ª mais lenta do Brasil

Enquanto a população está sendo vacinada com lentidão, a contaminação por Covid-19 se expande com rapidez, com mais mortos e contaminados

Publicado: 03 Março, 2021 - 08h53 | Última modificação: 03 Março, 2021 - 11h35

Escrito por: CUT Sergipe

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No último fim de semana, o Estado de Sergipe apareceu nos noticiários nacionais como o 2º mais lento do Brasil no que se refere ao índice de imunização, perdendo apenas para o Estado do Pará. Segundo o Jornal Nacional, até o momento, Sergipe só conseguiu imunizar 1,97% da população.

A informação divulgada ontem pelo Governo de Sergipe é que 83% da 1ª dose e 88% da 2ª dose, referente aos lotes enviados a Sergipe, já foram aplicadas. Para um Estado com população de 2,3 milhões, 48.907 pessoas receberam a 1ª dose e 25.744 receberam a 2ª dose.

Enquanto a população está sendo vacinada com lentidão, a contaminação por Covid-19 se expande com rapidez, resultando no aumento do número de doentes e de mortos pela pandemia, em sintonia com o que ocorre em âmbito nacional.

Segundo o último Boletim Epidemiológico divulgado pelo Governo de Sergipe, na noite da terça-feira (2/3), o número de contaminados subiu para 152.367 contaminados com mais de 364 novos casos nas últimas 24h. O total de óbitos por COVID em Sergipe corresponde a 2.976. Mais de 6.666 pessoas estão em isolamento domiciliar e 427 estão internadas.

A taxa de ocupação das enfermarias na rede privada está em 96,8% e nas UTIs está em 82,3%, enquanto a ocupação na rede pública alcança 60,5% (UTI) e 49,7% (enfermaria).

O número de casos de internamento cresce de forma preocupante. A ocupação de leitos de UTI no Hospital da Unimed está em 100%, no Hospital São Lucas: 100%, no Hospital Primavera: 97,3%. Na rede pública, o Hospital do Coração/SUS está com 85,7% de ocupação, enquanto o Hospital Nossa Senhora da Conceição e o Hospital da Polícia Militar estão com 100% dos leitos de UTIs ocupados por pacientes de Covid.

Admilson Lima (Secretário de Saúde da CUT) alerta que além da morosidade do Poder Público em viabilizar vacinas para todos, a população também poderia colaborar evitando aglomeração, usando máscaras fora de casa e mantendo o distanciamento mínimo.

“Há quem duvide da vacina, da ciência, há dificuldade do entendimento sobre as filas dos bancos que continuam gigantescas, bem como as filas nas casas lotéricas... Distanciamento não existe mais, e não existe nenhuma iniciativa do governo para resolver a situação. Estamos à mercê...", comentou preocupado o dirigente da CUT.

Admilson relatou que esteve no Hospital da Unimed no último domingo e ficou estarrecido com a quantidade de pessoas internadas. "Parece que parte da população de Sergipe ainda não entendeu que estamos à beira do caos", afirmou.

No domingo, o Sindicato dos Médicos de Sergipe publicou uma nota criticando a lentidão da vacinação em Sergipe e alertando para o aumento do numero de casos de Covid no Estado.

Na nota divulgada, o Sindimed informou que acionou o Ministério Público a respeito da urgência da vacinação de idosos e profissionais da saúde.

"E o tempo urge, cada minuto, cada hora e cada dia é importante para combater esta pandemia que matou mais 250 mil pessoas no país e quase 3 mil sergipanos", avaliaram os dirigentes sindicais do Sindimed em nota divulgada no dia 28 de fevereiro.

Auxiliar de Enfermagem do Hospital Universitário e ex-dirigente da CUT, Valmir Santos já teve Covid duas vezes, chegou a contaminar a esposa e tomou a primeira dose da vacina, mas ainda aguarda a segunda dose.

“Esta quantidade de morte e falecimento vem sendo provocada pelo presidente do Brasil. É culpa do governo federal, ele continua negando a Covid. Temos um ministro da Saúde que não faz nada pelo povo brasileiro. Os governadores do Consórcio Nordeste, se tivessem comprado a vacina, eles teriam uma melhor expectativa da redução dessas mortes, mas infelizmente estão aguardando apenas o governo federal que é um desastre, uma derrota. O bloqueio sanitário, o lockdown, isso precisa ser feito para que a população seja salva, senão a perspectiva é aumentar mesmo o número de mortos e infectados", afirmou Valmir.

Valmir Santos ressaltou o risco da volta das aulas presenciais nas escolas particulares. "O número de crianças com Covid e em estado agravado está aumentando. Pelo que a gente está vendo, este vírus novo é mais nocivo às crianças do que aos adultos. As UTIs pediátricas estão começando a encher. Como a Covid se espalha rápido, é um risco muito grande para as crianças também".