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CUT/SE convoca trabalhadores para construir 2022 de luta pela democracia e direitos

Direito à vida, à democracia e pelo resgate dos direitos trabalhistas e previdenciários sequestrados são algumas bandeiras que vão orientar a luta sindical em 2022

Publicado: 10 Janeiro, 2022 - 18h29 | Última modificação: 10 Janeiro, 2022 - 19h00

Escrito por: Iracema Corso

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Em um único dia de 2021, a pandemia da Covid 19 chegou a matar 4 mil brasileiros, em função da política de morte do governo Bolsonaro. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT Sergipe), Roberto Silva, avaliou as dificuldades enfrentadas no ano que passou e os desafios que estão à frente.

"Foi necessário ocupar as ruas, mesmo colocando nossa vida e dos nossos familiares em risco, pois não tivemos tempo de ter medo. Muitos trabalhadores e trabalhadoras perderam suas vidas, pois os transportes lotados e os ambientes de trabalho sem os cuidados do distanciamento social propiciaram infecção e mortes que ficarão na história do nosso País", observou Roberto.

O presidente da CUT Sergipe falou sobre a tristeza das festas de fim de ano sem os entes queridos. "Caso o governo genocida tivesse comprado a vacina e não priorizasse as negociatas, milhares de trabalhadores e trabalhadoras estariam vivos. Mas infelizmente perdermos estas vidas e vida não se recupera".

Roberto Silva acredita que o ano de 2022 será marcado pela vitória da classe trabalhadora e fortalecimento das instituições que estão na linha de frente fazendo o enfrentamento aos patrões e governos que insistem em atacar os direitos da classe trabalhadora.

"Não tenho dúvida, será um ano tão difícil quanto foi 2021, mas o que importa é a unidade que construimos em Sergipe numa única corrente que se fortalece a cada dia com a incorporação de novas entidades neste fronte", declarou o presidente da CUT Sergipe.

Em ano eleitoral, a defesa da democracia é fundamental. "A população brasileira vai dar a resposta aos políticos que tiraram alimento de sua mesa, que destroem direitos, que tentam acabar com o SUS, com a previdência social, aqueles que querem privatizar tudo e deixar a população totalmente refém da iniciativa privada", afirmou Roberto Silva.

Movimento Sindical
Secretária de Organização e Política Sindical da CUT Sergipe, Joelma Dias destacou a necessidade de recuperação dos direitos trabalhistas.

"Com a aprovação da Reforma Trabalhista, a lei 13.467/2017, a legislação brasileira deixou de ser um sistema protetor dos trabalhadores e um equilíbrio de forças entre o capital e o trabalho e passou a ser um aparato protetor somente das empresas. Passamos a ter contrato de trabalho por tempo parcial, temporário, intermitente, autônomo, exclusivo, terceirizado sem limites, isso quebrou toda a força produtiva", afirmou Joelma.

Joelma Dias denunciou que a Justiça do Trabalho, que agora é paga, teve sua tarefa reduzida e foi criada uma tabela específica para limitar o ônus das empresas. "Outras iniciativas foram tomadas ao autorizar a terceirização de forma ilimitada, tanto no setor privado como público. A Reforma da Previdência, aprovada em 2019, causou muitos impactos que impedem ou dificultam o acesso à previdência social, aumentando o arrocho aos beneficios sociais, às pensões... A população está sentindo o impacto negativo deste desmonte", resumiu Joelma.

Com a nova configuração no mundo do trabalho, os sindicatos também foram afetados. "O poder de negociação dos sindicatos foi fragilizado com a redução desses direitos e essas medidas quebraram o papel de escudo protetor dos trabalhadores. Práticas antissindicais de proteção patronal dificultaram a ação sindical tornando os trabalhadores mais vulneráveis sem o devido acesso aos direitos trabalhistas. É preciso lutar em 2022 para resgatar os direitos trabalhistas e previdenciários", reforçou Joelma.

Para Joelma, mesmo frente a tantas adversidades, o movimento sindical conseguiu se reinventar em 2021 e assim barrou a aprovação da Reforma Administrativa. "Com esta força e unidade, vamos continuar lutando em 2022, é necessário que esta luta nao acabe. Temos que eleger Lula presidente para revogar essas leis tão maléficas para o trabalhador e uma bancada tanto na Câmara Federal como no Senado para que sejam aprovadas leis capazes de retomar a guinada trabalhista e questões sindicais. Temos uma luta crescente e com certeza 2022 será um ano de vitória".