CUT-SE destaca que história da Fafen deve servir de lição contra a privatização
Publicado: 06 Junho, 2025 - 17h18
Escrito por: Iracema Corso

“Na hora em que a atividade não dá mais lucro, simplesmente a Unigel fecha as portas e vai embora. Uma empresa pública jamais faria o que a Unigel fez: deixar uma fábrica importante de produção de fertilizantes parada por dois anos”, criticou Roberto Silva (CUT).
Depois de dois anos paradas, as Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados de Laranjeiras (SE) e de Camaçari (BA) devem voltar a funcionar a partir de outubro de 2025. A retomada será possível porque a Petrobras firmou um acordo com a Unigel para reassumir o controle das unidades.
Conforme divulgado pela Agência Brasil, o Conselho de Administração da Petrobras autorizou a celebração de um acordo para encerrar “controvérsias contratuais e litígios” com a Proquigel, subsidiária da Unigel.
A ureia produzida pelas fábricas está entre os fertilizantes nitrogenados essenciais para a agricultura. Para a produção dos fertilizantes, será utilizada matéria-prima resultante do gás natural produzido pela Petrobras.
Enquanto a Fafen-SE tem capacidade instalada para produzir 1,8 mil toneladas de ureia por dia, podendo ainda comercializar amônia, gás carbônico e sulfato de amônio, a Fafen-BA possui capacidade de produção de 1,3 mil toneladas diárias, além da comercialização de amônia, gás carbônico e agente redutor líquido automotivo (Arla 32).
Como o Brasil é um grande consumidor de fertilizantes e atualmente importa cerca de 80% do que utiliza, a produção da Fafen tem mercado garantido no próprio território nacional.
A retomada da produção da Fafen e o fortalecimento das atividades da Petrobras em Sergipe são pautas de luta do movimento sindical e da CUT-SE desde o governo Bolsonaro.
Embora a FUP (Federação Única dos Petroleiros) estime que a reativação das unidades em Sergipe e na Bahia deve gerar cerca de 2,4 mil empregos diretos e indiretos, o presidente da CUT-SE, Roberto Silva, ressalta que o processo evidencia os prejuízos da privatização.
“Olha o risco que a privatização traz. Veja como o país fica vulnerável. O processo de privatização entrega nossas riquezas à iniciativa privada e, quando a atividade deixa de ser lucrativa, a Unigel simplesmente fecha as portas e vai embora. Uma empresa pública jamais faria o que a Unigel fez: deixar uma fábrica importante parada por dois anos. A privatização é um problema. Por isso, a CUT Sergipe é contrária a qualquer tipo de privatização”, destacou Roberto Silva.
A CUT-SE reforça sua posição contrária à privatização que não traz nenhum benefício para a população, para a classe trabalhadora, e ao contrário disso representa prejuízo e insegurança para a sociedade e para trabalhadoras e trabalhadores.
Com informações da Agência Brasil.