Escrito por: CUT/SE
Nota de Esclarecimento
A Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE) comunica que decidiu se retirar da 24ª edição do Grito dos Excluídos, no início do ato que ocorreu nesse dia 7 de Setembro, na Praça Fausto Cardoso, antes da caminhada. Os dirigentes sindicais da CUT tomaram essa decisão apesar da central ter contribuído com a organização do Grito neste ano, assim como fez nos últimos 23 anos de realização do desfile de protesto que acontece todos os anos no dia em que se celebra o Dia da Independência.
Nas reuniões prévias ao protesto deste ano, uma parcela da comissão organizadora do Grito dos Excluídos não queria que os participantes usassem as camisas de suas entidades e defendia que todos usassem camisas brancas. A orientação inédita causou estranhamento entre os sindicatos e movimentos sociais que – também na condição de organizadores – conseguiram manter o uso das camisas.
Outro ponto de discordância que surgiu durante a organização do Grito de 2018 foi quanto à decisão de colocar um único carro de som na avenida. Tal posicionamento prejudicou a pluralidade do ato construído, em sua estrutura e mobilização, por todas as organizações que ali estavam: arquidiocese, paroquiais, terreiros, movimentos populares e movimento sindical, também.
Por último, na manhã deste 7 de Setembro, no início ato, sem nenhum diálogo, as bandeiras da CUT que estavam afixadas no carro de som foram retiradas e jogadas ao chão, após ordem de parte da organização. É redundante que no Grito dos Excluídos tenha sido excluído o principal símbolo da central.
Os dirigentes sindicais filiados à central que estavam presentes avaliaram a atitude de parte da comissão organizadora como desrespeitosa com a entidade que constrói o Grito desde a criação em Sergipe.
Mesmo concordando que o ato não poderia se transformar num palanque eleitoral – que era a preocupação da organização, principalmente da Igreja Católica – a CUT entende que era imprescindível dar o recado aos políticos e autoridades que promovem a exclusão da maioria do povo sergipano. Cobrar dos governantes as promessas não cumpridas. Principalmente em ano eleitoral isso precisa ser feito. A CUT avalia que se os trabalhadores não tiverem liberdade para dar o seu recado não adianta ocuparem as ruas no dia que deveria ser de Independência.
A conjuntura também exige das organizações sociais que têm compromisso com os povos excluídos, referência às injustiças cometidas contra Lula, a maior liderança política brasileira, reconhecido em todo o mundo por ter sido quem mais retirou pobres deste país daj miséria. Hoje Lula é um preso político, odiado pelas elites que o encarceram porque querem perpetuar uma democracia de mentira, com a manutenção dos privilégios e desigualdade social que favorece a minoria.
Por conta de tais episódios desrespeitosos que limitam a manifestação do Grito, a CUT se retirou. O momento urge a tomada de posição e, no entender da CUT, o formato do ato neste ano não deu conta dos desafios que estão postos.
Por fim, a CUT comunica que, se no próximo ano o formato for outro, vai continuar participando da construção do Grito dos Excluídos. No entanto, se este formato se mantiver, a central vai levar o grito dos trabalhadores que representa, para o 7 de Setembro, de forma independente.