Escrito por: Iracema Corso
Com o intuito de prestar apoio e unificar a luta, a Central Única dos Trabalhadores (CUT/Sergipe) celebrou em sua sede, em Aracaju, na manhã do dia 20 de novembro, a filiação da Associação de Mulheres e Homens Pescadores Nossa Senhora Aparecida, da Federação das Associações e Grupos Produtivos de Artesãos do Estado de Sergipe e da Associação de Pescadores Evangélicos do Betume.
Ainda estiveram presentes, agricultores da Associação dos Produtores Orgânicos de Estância que também estão em vias de se filiar à CUT/Sergipe.
No ato de filiação, a secretária de Combate ao Racismo da CUT, Arlete Costa, falou sobre a Covid-19 e a difícil situação imposta a várias categorias de trabalhadores informais, um contexto que fortaleceu a união junto ao movimento sindical. A professora Arlete explicou porque o Dia da Consciência Negra foi a data escolhida para celebrar a filiação coletiva das associações.
A secretária de Combate ao Racismo da CUT/SE também explicou que o acesso aos direitos trabalhistas é uma importante pauta para o dia 20 de novembro.
Através de transmissão ao vivo e projeção de vídeo, o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, o tesoureiro nacional da CUT Ariosvaldo, a secretaria de Organização Graça Costa, a Secretária da Mulher Jandira Ueraha e Messias do Vale, Coordenador da Escola Nordeste de Formação da CUT deram as boas vindas às trabalhadoras e trabalhadores das associações recém filiadas à CUT Sergipe.
Lideranças sindicais de Sergipe, dirigentes do SINDIPEMA, SINTESE, SINDIMINA, SINDIJOR, diretores da CUT Sergipe e a vereadora eleita Ângela Melo (PT) que compõe a Direção Nacional da CUT, também participaram do ato de filiação, prestando apoio e se colocando à disposição das associações.
Presidente da CUT Sergipe, Roberto Silva explicou que a CUT em seu último Congresso Nacional, em outubro/2019, entendeu a necessidade de trazer estes trabalhadores e trabalhadoras para fortalecer a luta.
“Diante desta conjuntura no Brasil, de desmonte dos direitos sociais, desmonte dos direitos trabalhistas, o trabalhador e trabalhadora só têm uma saída: se organizar, se unir para se fortalecer e avançar. Portanto é com muita felicidade, é com muita alegria que nós recepcionamos as associações de trabalhadoras e trabalhadores. Este momento é muito importante na história da nossa central sindical. Em todas as conversas que tivemos, eu senti a garra, a energia destas lideranças agora filiadas à CUT trazendo sua vontade de lutar e contribuir com a luta dos trabalhadores”, revelou Roberto.
PESCADORAS E PESCADORES
“Sempre fomos menosprezadas pelos homens dentro da base. Sofremos este preconceito. Eu vi a necessidade grande de fortalecer as mulheres de forma representativa, e me sensibilizei com a luta. Para organizar esta luta, quantas vezes eu vim a Aracaju com o dinheiro só da vinda? Muito desta luta a gente enfrentou. Tomei a posição de trabalhar sozinha e colocar na mão do meu povo o defeso de cada um, porque com os homens da minha base, os chefões e donos de Colônia... Nossa luta foi muito grande. Ninguém acreditava na associação das mulheres”, regatou Zilda.
A pescadora Edjan Alves é presidenta da Associação de Pescadores Evangélicos do Betume, que já existe há 15 anos. “A minha associação também tem uma história muito linda, construída com muito trabalho. Hoje meu compromisso com meu povo é lutar e vencer. Estou aqui pronta, estamos aqui firmes e fortes. Fico feliz de estarmos unidos nesta luta”, comemorou.
Várias outras categorias de trabalhadoras e trabalhadores informais estão organizando os documentos necessários para, nas próximas semanas, efetivar a filiação à CUT Sergipe.