Escrito por: CUT Sergipe

CUT Sergipe soma forças junto à Frente Sergipana em Defesa da Deso Pública

SEXTA 22/12: Tem Ato contra Privatização da Deso, em frente à Assembleia Legislativa de Sergipe, a partir das 9h da manhã

Para agregar mais força na luta Contra a Privatização da Deso, deputados estaduais, vereadores, o deputado federal João Daniel, o movimento sindical de Sergipe e os movimentos sociais lançaram juntos a Frente Sergipana em Defesa da Deso Pública, na sede do SINDISAN, na manhã da terça-feira, dia 19 de dezembro.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT Sergipe), assim como vários sindicatos filiados, a exemplo do SINERGIA, SINTESE, SINDIJOR, participaram da atividade política em apoio à luta contra a privatização da Deso.

O presidente da CUT Sergipe convocou sindicatos filiados a participar do protesto em frente à Assembleia Legislativa de Sergipe, a partir das 9h da manhã desta sexta, dia 22/12.

“Nesta sexta-feira faremos uma bela manifestação unificada. Não dá pra pensar que só os trabalhadores da Deso serão afetados. Vimos o que está sendo a privatização da água em Alagoas: a falta de água se agravou; nos pequenos municípios não chega a água, tarifa altíssima; e já anunciaram novo aumento para 2024. Vamos lutar, pois nós, trabalhadores, seremos duramente afetados com a venda da Deso”, afirmou Roberto.

Roberto Silva, presidente da CUT Sergipe, reforçou a importância da Frente lançada e comemorou a mobilização forte e bonita dos trabalhadores da Deso no auditório da Biblioteca Epifâneo Dórea para denunciar a Audiência Pública de Fachada: sindicatos denunciam fraude para privatização da Deso (acesse o link e leia mais).

“O governo Mitidieri desrespeita os municípios sergipanos, todos têm uma Lei Orgânica que está sendo aviltada. A concessão é do município, por isso é muito grave o Governo quer fazer atropelando a legislação municipal para vender a Deso de qualquer jeito”, afirmou Roberto Silva.

União na luta pela Deso Pública

O lançamento da Frente Sergipana em Defesa da Deso Pública foi construído de forma coletiva com o apoio do deputado federal João Daniel (PT). Na ocasião foi lido e lançado o Manifesto em Defesa da DESO Pública e Contra a Privatização (acesse o link e confira a leitura do manifesto).

O deputado João Daniel, presidente do PT de Sergipe e da Federação formada por PT, PV e PCdoB, expressou sua satisfação pelas presenças importantes não só de parlamentares, mas de várias representações dos movimentos social, sindical, popular e do campo, que fortalecem a luta em defesa da DESO e contra a privatização da água dos sergipanos.

“Diante da pressa do governador de entregar o maior patrimônio do estado de Sergipe e do povo sergipano, a DESO, e junto com ela o direito à água e ao saneamento, hoje foi um dia importante, onde formamos essa grande frente do movimento social, popular, sindical e parlamentar em defesa da água, do saneamento e da vida. O SINDISAN e os trabalhadores da DESO estão enfrentando uma grande luta contra a privatização e é importante que essa luta seja incorporada por toda a população e pelos setores democráticos do estado de Sergipe”, enfatizou o parlamentar petista.

Para fortalecer a luta contra a privatização da Deso, os deputados estaduais Georgeo Passos (Cidadania), Marcos Oliveira (PL), Paulo Júnior (PV), Linda Brasil (Psol) e Chico do Correio (PT); dos vereadores de Aracaju Ricardo Vasconcelos (Rede) e Camilo Daniel (PT), o vereador de São Cristóvão Marcus Lázaro (PT) e o vereador da Barra dos Coqueiros Jailson Pereira (Solidariedade); além de várias lideranças sindicais, socais e populares marcaram presença para manifestar apoio e assinar o Manifesto em Defesa da DESO Pública e Contra a Privatização.

O presidente do SINDISAN, Silvio Sá, criticou o governador Fábio Mitidieri que tem dado celeridade ao processo de privatização da DESO.

“Agradecemos a todos e todas, aos políticos, trabalhadores, lideranças sindicais e populares que vieram manifestar o seu apoio à DESO pública e fortalecer a nossa luta contra a privatização da água dos sergipanos. Estamos muito felizes com o sucesso desse evento. A missão foi cumprida”, destacou Sílvio Sá.

Privatização levará a Deso à Falência

O secretário-geral do SINDISAN, Aécio Ferreira, apresentou dados que apontam os equívocos do processo de concessão da DESO à iniciativa privada, como pretende o governador Fábio Mitidieiri, na qual a empresa estatal fica responsável pela captação e tratamento da água e o setor privado pelo abastecimento de água, esgotamento sanitário e a comercialização.

O dirigente sindical apresentou dados do estudo crítico encomendado pelo governo e realizados pela Fundação Instituto de Administração (FIA), ligada à Universidade de São Paulo (USP), onde se apresenta o Preço Unitário (PU) de R$ 2,05 para a cobrança do metro cúbico da água tratada, afim de atender os interesses do mercado, mas que este valor é totalmente inviável economicamente.

“O estudo do BNDES para a privatização mostra que a produção anual de água tratada pela DESO são de 150 milhões de metros cúbicos por ano. Sendo assim, o PU de R$ 2,05 representará para a receita da DESO algo em torno de R$ 25,6 milhões mensal. Mas de acordo com o Resultado do Exercício do ano de 2022, as despesas da DESO só com pessoal, energia e produtos químicos, sem contabilizar outros custos existentes, somam cerca de R$ 29,1 milhões por mês. Ou seja, a conta não fecha e a DESO passaria de empresa com superávit de R$ 40 milhões para uma empresa com déficit de cerca de R$ 4,5 milhões”, alertou o sindicalista.

Além disso, o Relatório do Conselho de Administração da DESO do ano de 2022 aponta que, na verdade, a produção efetiva de água tratada foi de 79,2 milhões de metros cúbicos ao ano. Considerando sobre esse volume o PU de R$ 2,05, a DESO teria uma receita efetiva mensal de R$ 13,5 milhões.

“Como demonstra o estudo da FIA, o governo, com a concessão parcial da DESO, quer passar para o setor privado uma empresa superavitária, que teve lucro no ano de 2022 de R$ 40 milhões, e ficar com a parte de captação e tratamento de água deficitários, que fará com que o Estado precise injetar R$ 200 milhões por ano na DESO para poder atingir o equilíbrio econômico-financeiro", declarou Ferreira.

Os dados provam que o modelo de concessão é inviável para o futuro da Companhia e para o Estado de Sergipe. "A DESO tem quase R$ 1,1 bilhão em pagar, de empréstimos tomados junto a bancos, Plano de Demissão Voluntária, investimentos na expansão do sistema e passivos de ações judiciais, a serem pagos a curto e médio prazos, o que só agravaria a situação", acrescentou o sindicalista.

Com informações do SINDISAN