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CUT/SE promove debate sobre a Ditadura Militar com o filho do líder revolucionário Carlos Mariguella

Dando continuidade  as ações em prol da Comissão da Verdade e abertura dos arquivos da Ditadura Militar, a Central Única dos Trabalhadores de Sergipe (CUT/SE) realizará na próxima quarta-feira, 28 de março, às 15H, no auditório da Escola do...

Publicado: 22 Março, 2012 - 13h37

Escrito por: Laisa Galdina

Dando continuidade as aes em prol da Comisso da Verdade e abertura dos arquivos da Ditadura Militar, a Central nica dos Trabalhadores de Sergipe (CUT/SE) realizar na prxima quarta-feira, 28 de maro, s 15H, no auditrio da Escola do Legislativo, um importante debate com o filho da grande guerrilheiro comunista Mariguela, cujo nome vem de seu pai, Carlos Augusto Marighella. O advogado trar elementos da histria de seu pai, dos bastidores da Ditadura e da maneira como tudo isso influenciou sua opes enquanto militante no processo de redemocratizao do pas.

O evento ter incio com a exibio do documentrio "Carlos Marighella - quem samba fica, quem no samba vai embora", do cineasta independente argentino Carlos Pronzato. Realizado para comemorar o centenrio do guerrilheiro revolucionrio, o filme foca o perodo da luta armada de resistncia Ditadura Militar, de 1964 at a morte de Marighella, em dezembro de 69, sendo um resguardo e instrumento de difuso da memria de Carlos Marighella. Os testemunhos de militantes polticos que acompanharam a trajetria de Mariga, estudiosos do tema e pesquisadores do o tom no documentrio. O ttulo do filme uma referncia a uma carta homnima escrita por Carlos Marighella aos revolucionrios de So Paulo, em dezembro de 1968.

Logo aps a exibio, a populao de Aracaju poder ouvir a trajetria poltica do grande guerrilheiro comunista, morto pelos rgos repressores na Ditadura Militar, contada por quem vivenciou in loco toda a ao revolucionria que perseguia Carlos Marighella. Para o presidente da CUT/SE, Rubens Marques, a Central nica dos Trabalhadores tem um importante papel na discusso sobre os fatos que marcaram um perodo nefasto da histria brasileira, principalmente na defesa da verdade que tornearam as constantes violncias e torturas sofridas por aqueles que lutavam pela liberdade.

Entendemos que a CUT/SE precisa transcender a discusso salarial, as questes voltadas para o mundo do trabalho. importante para ns discutirmos a histria do Brasil e as marcas deixadas por um processo to violento quanto vivenciado na ditadura brasileira. J fizemos trs mesas de debates sobre a Ditadura Militar no Brasil e em Sergipe, trouxemos grandes resistentes e refns da tortura naquele perodo histrico, como Milton Coelho, Welington Mangueira, Marclio Bonfim e Goisinho. Agora estamos tendo a honra de receber o filho de Marighella, um grande revolucionrio, morto na ditadura, que germinou no seu prprio filho toda sua sede de mudana, pontua o presidente da CUT/SE.

CUT/SE e a luta pela abertura dos arquivos da ditadura


O resgate sobre os fatos ocorridos no regime militar sempre fizeram parte das aes da CUT/SE. Em trs mesas organizadas entre o final de 2010 e o meio de 2011, a CUT/SE trouxe a tona histrias de resistncia, pautadas na dor das aes torturadoras da ditadura.

Histrias como de Milton Coelho, jornalista que ficou cego em uma das sesses de agresso fsica, dentro do que fora chamado de Operao Cajueiro, responsvel pelas prises de diversos militantes em Sergipe, incluindo Marclio Bonfim, Goisinho, Welington Mangueira, entre outros tantos perseguidos pelo regime.

Em nvel nacional, a CUT baixou uma resoluo pela instaurao da Comisso da Verdade e punio dos torturadores, apontando a posio clara da entidade pelo reconhecimento da barbrie vivida neste processo ditatorial, pela punio aos torturadores e pelo direito a verdade por parte das famlias e da sociedade brasileira.

Um pouco de tanta histria

Marighela foi um grande quadro da esquerda brasileira, era uma grande figura humana, duro sem perder a ternura, presena marcante na histria do bravo Partido Comunista do Brasil, um exemplo de militante comunista.

Ele era um estudioso do marxismo e da obra de Lnin, ligado cultura e as artes, principalmente a dramaturgia, um lder nato era, tambm, poeta.

Ele ingressou nas fileiras do PCdoB nos anos 30 do sculo passado, participou ativamente da vida poltica do pas, era consciente de suas responsabilidades como militante comunista, no media sacrifcios para cumprir as tarefas do partido, era um militante disciplinado, tinha uma viso crtica do partido, mesmo seguindo o centralismo democrtico, regra fundamental de uma organizao revolucionaria.

Quando discordou da linha poltica do partido, rompeu e procurou forma a sua organizao revolucionaria, partindo para a ao armada, montando a Aliana Libertadora Nacional, um forte brao da guerrilha urbana entre as dcadas de 60 e 70.

Duramente perseguido pelo DOI-CODI, morreu, assassinado pela represso, sob as ordens do facnora Fleury, na cidade de So Paulo, em 04 de novembro de 1969.

SERVIO
O qu:
CUT/SE promove debate Pelo Direito a Verdade, os bastidores da Ditadura Militar com o filho do ilustre lder revolucionrio Carlos Mariguella
Quando: Quarta-feira, dia 28 de Maro, s 15H
Onde: Auditrio da Escola do Legislativo, na Praa Fausto Cardoso, Centro de Aracaju/SE