Dirigente do SINDIMINA/Sergipe é reeleito presidente da FITEM
Publicado: 12 Agosto, 2022 - 09h48 | Última modificação: 12 Agosto, 2022 - 10h01
Escrito por: Iracema Corso
A FITEM (Federação Nacional dos Trabalhadores da Mineração) será presidida pelo dirigente do SINDIMINA/SE, Luismar Souza, reconduzido nas eleições que ocorreram no último Congresso da FITEM, realizado em Guarulhos/São Paulo nos dias 27 e 28 de julho.
Fato inédito deste Congresso, onde foi aprovado o Plano de Luta dos trabalhadores da mineração de todo Brasil, foi a eleição de uma enorme bancada feminina que integra a nova diretoria para presidir a FITEM de 2022 até 2026.
O companheiro Luismar explica que a maioria esmagadora de trabalhadores da mineração são homens, no entanto, recentemente o Brasil passou a ter mais mulheres trabalhadoras nesta área e, como consequência do recente aumento de contratação feminina, a diretoria da federação será composta por várias trabalhadoras da mineração.
“Esta bancada feminina de peso na diretoria da nossa federação é um dos fatos mais marcantes deste Congresso. Na mesa de conjuntura política econômica ouvimos a companheira Fernanda Corte, vereadora eleita em Guarulhos em 2020, militante feminista, secretária das Mulheres do PT de São Paulo. Fizemos outros debates importantes sobre impactos e possibilidades do setor da mineração”, observou Luismar.
Outro destaque do Congresso foi a apresentação do Canal Mineral, organizado pela companheira Marta Freitas, ex-funcionária da Funacentro, de Minas Gerais, coordenadora do Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança da Trabalhadora e do Trabalhador de Minas Gerais.
O presidente do SINDIMINA/SE, Álvaro Luiz, também participou do Congresso da FITEM em Guarulhos representando os mineiros de Sergipe. Além dos 12 sindicatos filiados à FITEM, mais 2 sindicatos participaram do Congresso como observadores com interesse de se filiar em breve à federação.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/Sergipe), Roberto Silva, parabenizou os companheiros do SINDIMINA/SE pela vitória nas eleições da diretoria da FITEM e pelo empenho e dedicação na luta sindical em defesa dos direitos trabalhistas, da saúde e bem estar dos trabalhadores e trabalhadoras da mineração.
Sobre a Luta em defesa da NR 22
A saúde, a segurança e os direitos dos trabalhadores da mineração no Brasil são temas muito importantes da luta sindical. A exemplo dos trabalhadores da multinacional Mosaic, que atua em Sergipe perto do município Rosário do Catete, o trabalho na mina subterrânea com aproximadamente 600 metros de profundidade gera impacto na saúde dos trabalhadores.
Preocupados com esta situação, os dirigentes sindicais Luismar Souza e Álvaro Luiz têm participado de rodadas de negociação junto ao governo federal e representantes do patronato para garantir seguridade social e proteção a acidentes e lesões, além de contar a difícil realidade enfrentada na jornada de trabalho para a extração mineral. Alterações na NR-22 é o foco dos debates que acontecem a cada 15 dias, através de plataforma online.
O companheiro Luismar conta que o mandato que se encerra foi um momento muito difícil tanto por causa da pandemia como pela ofensiva da política nacional marcada pela retirada de direitos dos trabalhadores. O dirigente sindical conta que a estratégia do sindicato foi intensificar a luta em Brasília contra a retirada de direitos.
“Conquistamos muitos apoios valorosos como o apoio dos deputados federais Paulo Pimenta e João Daniel do PT. Ainda pretendemos levar o máximo de parlamentares do Brasil até as minas para conhecer a situação enfrentada diariamente para os trabalhadores da mineração e tentar sensibilizar os políticos contra a retirada de direitos que garantem a vida, a saúde e o bem estar dos trabalhadores”, afirmou o sindicalista.
De acordo com Luismar, o governo Bolsonaro está fazendo de tudo para acabar com a Norma Regulamentadora 22, focada na mineração. “As consequências serão mais acidentes, lesões, adoecimentos, menos proteção à vida e à saúde dos trabalhadores da mineração. Enquanto isso, o governo Bolsonaro quer diminuir a responsabilidade das empresas e das multinacionais pelos danos à vida e à saúde dos trabalhadores acometidos durante a jornada de trabalho”.
De acordo com o dirigente sindical, após muitos anos de trabalho na mineração é comum e frequente ver trabalhadores relatando problema respiratório, lesões no ombro, no joelho e na coluna, mas dificilmente tais problemas são identificados como doença ocupacional. “A bancada do governo e a bancada patronal está bem preparada para pressionar pela retirada de direitos. Mas continuamos firmes nesta luta levando a nossa vivência de trabalho nas minas e focando na defesa da vida e da saúde dos trabalhadores e trabalhadoras da mineração”.