É HOJE: Oficina sobre Desenvolvimento Regional do Nordeste
Publicado: 29 Janeiro, 2021 - 14h57 | Última modificação: 29 Janeiro, 2021 - 15h24
Escrito por: Iracema Corso

Na tarde desta sexta-feira, dia 29 de janeiro, acontece a Oficina sobre Desenvolvimento Regional do Nordeste, dia 29 de janeiro, das 16h30 às 19h pelo Google Meet. A atividade integra o Fórum Social Mundial (Virtual) e visa debater o processo de desindustrialização na região, sobretudo com o desmonte da Petrobras no Nordeste e fechamento das unidades da Ford no Brasil.
A Escola Nordeste de Formação da CUT está convidando lideranças sindicais da região para participar deste importante debate. “Pretendemos fortalecer a solidariedade de classe para a defesa dos empregos, dos salários e da produção industrial da região Nordeste, tendo em vista o desenvolvimento regional e a luta por políticas públicas para o mundo do trabalho”, afirmaram dirigentes sindicais.
Coordenador do Dieese em Sergipe, Luiz Moura observou que a saída da Ford deixa trabalhadores desempregados e, além postos de trabalho perdidos, toda a cadeia de produção será afetada. “A saída da Ford atinge os estados onde ela estava localizada e os municípios mais fortemente. Mas indiretamente, ela atinge o País todo. No caso dos fornecedores, em Sergipe temos a Yazaki, que fornece peças para montar carros da Ford e da Fiat. A Yazaki fala que isso é 20% da produção dela. Ela já estava com trabalhadores com contrato suspenso, pela própria queda da produção da indústria automobilística que no ano passado teve uma queda de venda de 26%”.
Luiz Moura destacou que é preciso buscar formas de incentivo ao desenvolvimento da região Nordeste que venham surtir um impacto positivo efetivo na economia da região. “A saída da Ford possibilita repensar sobre os incentivos fiscais dados pelos governos. Falta transparência. Só agora sabemos que em três anos a Ford na Bahia teve R$ 988 milhões de incentivo fiscal para gerar apenas 1.600 empregos diretos. Com R$ 316 milhões por ano, dava para pagar toda a folha de pagamento do Estado e da União só com os incentivos fiscais”, alertou.
O coordenador do Dieese reforçou a necessidade de transparência sobre os incentivos fiscais e contra partida. “Só agora sabemos qual é a dimensão dos incentivos fiscais para a Ford. E qual é o incentivo fiscal da Brahma? Qual é o da Yazaki e de uma série de empresas que foram atraídas para Sergipe com o incentivo fiscal? Será que não era melhor ter outro tipo de política do que simplesmente conceder incentivos fiscais? Em outros países, quando você concede incentivos fiscais, tem uma contra partida. Aqui, ao que parece, as empresas dão um tchau e não tem consequência nenhuma. Isso precisa ser revisto”.
Presidente da CUT Sergipe, Roberto Silva destacou a necessidade das lideranças sindicais do Nordeste se unirem para discutir e pensar uma solução para o desenvolvimento regional que vem sendo atacado pela política do governo Bolsonaro. “Tivemos a saída da Petrobrás com sérias consequências para a região Nordeste e agora, com a saída da Ford do Brasil, toda a rede de produção de peças será afetada piorando o cenário de desemprego que já estamos enfrentando. Por isso eu reforço o convite para que os dirigentes sindicais da CUT participem da Oficina sobre Desenvolvimento Regional do Nordeste”, afirmou.