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‘Economia Solidária, Dimensão de Classe e Vida Comunitária’ em debate na live da CUT

Publicado: 09 Janeiro, 2021 - 12h02 | Última modificação: 09 Janeiro, 2021 - 12h14

Escrito por: Iracema Corso

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O que é economia solidária? A pergunta iniciou a exposição do professor de Filosofia da UFS, Romero Venâncio (presidente da ADUFS), na live sobre ‘Economia Solidária, Dimensão de Classe e Vida Comunitária’, realizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT Sergipe) na tarde desta sexta-feira, dia 8 de janeiro.

O termo ‘economia solidária’, segundo o professor Romero, nasceu em 1844, na cidade de Londres, na Inglaterra, após uma greve de operários que resultou na demissão de muitos trabalhadores. Cerca de 30 desempregados se reorganizaram e criaram a primeira cooperativa para produzir, dividir e reinvestir na produção. “A economia solidária surgiu num ambiente de desemprego e com famílias que estavam passando necessidade. Qualquer ser humano adulto desempregado se sente humilhado, mas a partir da união, estes trabalhadores conseguiram reagir”, explicou.

De acordo com Romero, o debate sobre economia solidária é mais que urgente no momento em que o Brasil alcança o triste patamar de mais de 14 milhões de famílias sem emprego. “Economia solidaria passa pela ideia de não ter patrão, mas produzir e dividir coletivamente. Não se trata de uma mera defesa do capitalismo. Mas trata-se de uma experiência de produzir com controle coletivo, garantindo o reinvestimento comunitário. Tentei dizer que economia solidaria é uma práxis partilhada”, completou.

Para falar sobre Economia Solidária no Brasil, o professor citou Paul Singer, experiências da agricultura familiar, artesanato, feira livre, experiências de apoio da Cáritas e as incubadoras populares da UFPB.

“Não dá para refletir sobre economia solidária sem discutir sobre práticas... Neste momento de isolamento, não temos mais projetos de apoio aos trabalhadores desempregados para facilitar e viabilizar a associação de grupos produtivos. Estamos diante de um governo nefasto que não tem projeto nenhum para o Brasil, a não ser destruir o Brasil. Assim esta iniciativa de hoje, do movimento sindical é muito importante”, afirmou o professor Romero.

Dirigente da CUT Sergipe e vice-presidenta do SINDOMESTICO, Quitéria Santos compartilhou sua experiência sobre Economia Solidária, além do seu relato pessoal de filha de agricultor. “Antes quem não tinha o feijão, mas tinha a farinha, o outro tinha o ovo... Então havia esta união e compartilhamento da produção fortalecendo o vínculo de solidariedade. As bordadeiras sentavam na calçada e costuravam juntas, enquanto olhavam as crianças brincando na praça, Hoje em dia, cada qual nas suas casas, fica mais difícil de se ajudar uns aos outros”.

Quitéria explicou que a experiência frente à economia solidária remeteu a seu passado. “Vi bordadeiras fazendo roupas de bonecas com escamas de peixe, as mangabeiras e tudo o que elas fazem com as mangabas, os sabonetes aromatizantes, tudo isso veio do passado quando as pessoas sobreviviam com as ervas, com as plantas, sobreviviam com chás... Aprendi muito nos encontros da economia solidária. Então entendo que este é um momento importante, estamos no caminho certo construindo a união da CUT junto às associações”, avaliou.

Secretária de Formação da CUT, Caroline Santos destacou que este é o primeiro de vários encontros on-line de formação sobre o tema que estão programados para ocorrer neste ano que se inicia.