Edvaldo Nogueira e Belivaldo Chagas: farinha do mesmo saco
Publicado: 16 Maio, 2022 - 11h05 | Última modificação: 16 Maio, 2022 - 11h33
Escrito por: CUT Sergipe
Os professores de Sergipe estão passando por uma situação muito difícil. A desvalorização e a falta de estrutura nas escolas da rede pública de ensino em Aracaju e no Estado de Sergipe como um todo está adoecendo a comunidade escolar.
A falta de estrutura para a alimentação escolar tem gerado a situação de fome nas escolas. O crescimento do desemprego e da pobreza é uma realidade que está dentro da escola pública. Segundo a vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do SINTESE, a professora Ivônia Ferreira, após a pandemia, os estudantes chegam em sala de aula com problemas de compreensão dos conteúdos, um retrocesso que os professores estão tendo que enfrentar sem qualquer estrutura e apoio da gestão pública.
Na cobrança de estrutura para a Educação especial, pois a situação de crianças especiais requer mais apoio, a professora no Nossa Senhora do Socorro, Rosely Rodrigues, que trabalha com educação especial, foi transferida, perseguida e só teve o amparo do SINTESE para se livrar desta situação de assédio somente por cobrar condições de trabalho para viabilizar uma educação pública de qualidade para crianças especiais.
É neste cenário de desmonte da educação pública que o governador Belivaldo Chagas e o prefeito Edvaldo Nogueira decidiram adotar uma estratégia política muito parecida para negar aos professores o direito ao reajuste do Piso do Magistério de 33,24%, como foi determinado pelo MEC.
Ambos enviaram ao Legislativo projetos de Lei que tiram direitos dos professores e inclusive diminuem a remuneração. Para disfarçar, a proposta veio junto com o mesmo projeto de lei que concede 5% de reajuste, no caso de Edvaldo Nogueira, e 10% de reajuste, no caso de Belivaldo. Para não ficar tão pouco, além do reajuste, Belivaldo concedeu um abono e Edvaldo criou uma Gratificação Especial de Atividade (GEA) e ambos excluíram os aposentados desta complementação salarial.
As professoras e os professores aposentados que todo mês já perdem 14% de sua remuneração, graças à reforma da previdência de Bolsonaro, foram ainda mais massacrados pela dupla Belivaldo e Edvaldo Nogueira com a destruição da paridade entre professores aposentados e da ativa. Assim o governador de Sergipe e o prefeito de Aracaju empurram os professores aposentados para o contínuo empobrecimento.
Não dá para esquecer a inflação e o alto preço dos alimentos, do gás de cozinha, dos combustíveis, é uma conta que a população está pagando todos os dias a duras penas pra sobreviver. Depois de 6 anos sem reajuste, conceder um índice abaixo da inflação é conceder ganho zero aos professores.
Para lutar contra o massacre, professores organizados no SINDIPEMA deram uma lição de organização e de resistência ao longo de vários meses de luta para que a Prefeitura de Aracaju implantasse o Piso do Magistério de 33,24%, inclusive assegurando o piso para os professores da ativa e para os aposentados.
A secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT, Itanamara Guedes, acompanhou a votação no dia 10 de maio na Câmara de Vereadores. “Os professores e o SINDIPEMA deram mais um passo na luta em defesa da educação e da valorização dos professores da ativa e dos aposentados. Mas infelizmente, a administração de Edvaldo Nogueira, assim como a maioria dos vereadores, demonstrou que são inimigos da educação e não defendem a educação. A CUT vai continuar apoiando os professores organizados no SINDIPEMA na luta por valorização, respeito e pela defesa da educação pública gratuita e de qualidade”.
Já os professores organizados no SINTESE deram o apelido de Lei da Degola para o reajuste de 10,16% que veio junto com o fim da regência de classe, congelamento do triênio, congelamento da gratificação para os professores que dão aula nas escolas de ensino integral, além do massacre contra os aposentados. Na semana passada os professores construíram 3 dias de paralisação e luta em Aracaju e no interior de Sergipe para denunciar as maldades praticadas contra os professores e contra a educação pública.
No próximo dia 21 de maio, uma caravana de professores e professoras mais uma vez vai tomar as ruas de Nossa Senhora da Glória para denunciar o retrocesso contra o magistério imposto por Belivaldo Chagas e os 14 deputados estaduais que os apoiaram.
Professores também questionam falta de transparência no uso dos recursos da educação por parte da Prefeitura de Aracaju e do Governo de Sergipe.
A CUT presta apoio e solidariedade aos professores organizados no SINTESE e no SINDIPEMA e estaremos sempre juntos para cobrar o cumprimento da Lei do Piso do Magistério em Aracaju e em todo o Estado de Sergipe.
Diante do desmonte e deste ataque aos direitos que atingem os professores e a rede pública de ensino em Sergipe, a luta do Magistério não pode sair das ruas até que toda a população de Sergipe conheça quem são os inimigos da educação.