Escrito por: Iracema Corso

Em Glória: mulheres marcham por saúde, educação e direitos

A Caminhada das Mulheres em Defesa dos Direitos, da Saúde e da Educação foi uma atividade de luta organizada pelo Fórum das Mulheres Glorienses na última quarta-feira, dia 11/3, no município de Nossa Senhora da Glória. A marcha partiu do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) passando pelas ruas do bairro Cohab, o campi da Universidade Federal de Sergipe (UFS) no município e se encerrou no Hospital Regional e Maternidade de Nossa Senhora da Glória que, assim como o SAMU Sergipe, está sob a ameaça de ser terceirizado.

Em apoio à luta, participaram do protesto a vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Ivônia Ferreira, a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Cláudia Oliveira, a secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos, Itanamara Guedes, o dirigente do SINDASSE (Sindicato dos Assistentes Sociais de Sergipe), Anselmo Meneses, representantes do SINDISERVE Glória, assim como os estudantes da Escola Estadual Cícero Bezerra, mulheres, idosas, idosos, professores, o Coletivo Paulo Freire, a secretária de Assistência Social, a coordenadora Municipal de Políticas para as Mulheres, Maria do Carmo, a vereadora Nininha e a população de Glória em geral.

Partindo do CRAS e após percorrer as ruas do bairro Cohab – que é um dos bairros onde se concentra a população mais vulnerável de N. Sra. da Glória e com o maior índice de violência contra a mulher, a Caminhada passou pela porta do campi da UFS em Glória.

“Lá denunciamos o desmonte da educação pelo governo Bolsonaro que quer fechar o campus universitário das cidades do interior, a exemplo de Glória, onde faltam recursos para investir em pesquisa e para ampliar o quadro de professores”, criticou Itanamara Guedes, dirigente da CUT/SE e presidente da FETAM (Federação dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal).

Segundo Itanamara Guedes, a Caminhada integrou a XI Jornada de Luta em Defesa dos Direitos das Mulheres de Nossa Senhora da Glória. “O objetivo foi denunciar o alto índice de violência contra as mulheres brasileiras e as mulheres glorienses; assim como denunciar o desmonte das políticas públicas da educação e da saúde e chamar a atenção da população de Glória para a defesa do Hospital e Maternidade Regional de N. Sra. da Glória”, explicou.

Contra Terceirização do Hospital e Maternidade de Glória

De acordo com Itanamara, desde 2015, o Fórum de Mulheres Glorienses encampa esta luta. “O Fórum entregou uma carta compromisso para a vice-governadora durante a campanha, na ocasião em que ela se comprometeu em melhorar o hospital. Tivemos uma conversa com ela e o secretário de Saúde em agosto do ano passado e fomos surpreendidos com uma proposta de terceirização. A gente parou lá durante o ato para defender o hospital, defender os servidores contra essa proposta de terceirização... Até porque entendemos que a essência do serviço público é mantida por servidoras e servidores públicos”, destacou.

Dirigente do SINDASSE, filiado à CUT, Anselmo Menezes é um dos dirigentes sindicais filiados à CUT que tem participado da luta contra a terceirização do SAMU e Hospital e Maternidade Regional de Glória. Anselmo resgatou o exemplo do Hospital Nestor Piva em Aracaju que foi terceirizado.

“Com a terceirização, o Hospital Nestor Piva reduziu a assistência em saúde prestada à população. Exemplo disso, é que ninguém fica mais internado no Nestor Piva que hoje se limita a um atendimento superficial. Não aprofunda, não investiga as causas do problema de saúde da população. Há um volume de dinheiro muito grande sendo aplicado pela terceirização do hospital e a resolubilidade dos problemas de saúde enfrentados é pequena. São equipes incompletas, precarização das condições de trabalho, vínculo fragilizado... Muitos problemas. Quando a saúde se tornar uma atividade lucrativa para quem terceiriza, quem perde é a população que fica sem a assistência médica que necessita”, criticou o dirigente sindical Anselmo Meneses.