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Em protesto, trabalhadoras/es de Sergipe espalham cruzes de 2 metros por Aracaju

Publicado: 22 Março, 2024 - 18h33 | Última modificação: 22 Março, 2024 - 18h53

Escrito por: Luana Capistrano

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Aracaju acordou nesta sexta-feira, dia 22, em clima de protesto. Cruzes pretas, com 2 metros de altura, foram colocadas em frente ao Palácio de Despachos do Governo do Estado e de outras repartições públicas, estampadas com mensagens que exigem direitos, respeito e valorização a professoras, professores, trabalhadores da Deso e demais trabalhadores sergipanos.

Além disso, balões vermelhos estão espalhados ao longo de toda Avenida Ivo do Prado, umas da principais avenidas de Aracaju.

As intervenções fazem parte do dia de Luta da Classe Trabalhadora. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), o SINTESE e o Sindisan estão à frente das intervenções feitas pela cidade.

Vale lembrar que neste dia 22 de março, professoras e professores das Redes Municipais e Estadual de ensino de Sergipe paralisam suas atividades. A mobilização faz parte do “Março Vermelho”, mês escolhido pela categoria como mês de luta e ações para cobrar valorização, respeito a carreira, gestão democrática, autonomia docente e educação de qualidade social.

As cruzes

Como estamos na quaresma, as cruzes foram escolhidas com um símbolo do martírio enfrentado pelas trabalhadoras e trabalhadores da educação, do saneamento básico e de tantas outras categorias em Sergipe, diante de um governo privatista, que quer entregar o estado de mão beijadas aos empresários, que tenta fazer com que a classe trabalhadora se contente com migalhas e em épocas festivas, com grandes eventos, quer ludibriar o povo.

Ao todo cinco cruzes, de 2 metros de altura por 1,49 de comprimento, foram espalhadas pela cidade, em comum todas trazem escrito em seu topo “Sergipe: com festa e bolo se engana o povo”.

Uma cruz foi colocada em frente ao Palácio de Despachos do Governo do Estado deixando uma mensagem ao governador, Fábio Mitidieri: “Governador, a gestão do estado é pública e não privada”.

Outra foi posta em frente a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc) nela estava estampada a seguinte frase: “Meritocracia não é gestão democrática”, denunciando a forma como a Seduc tem feito a gestão das escolas, em uma perspectiva meritocrática e não democrática.

Já uma terceira cruz foi exposta na Avenida Rio de Janeiro, em frente ao prédio da Secretaria de Estado da Saúde com a frase: “Água é vida, saneamento básico e saúde”.

Uma quarta cruz foi deixada em frente à Federação dos Municípios do Estado de Sergipe (Fames), no bairro Coroa do Meio, com a mensagem: “Respeite: piso na carreira é Lei”, fazendo um alerta a prefeitos e governador do estado que o piso salarial de professoras e professores da rede pública deve ser respeitado na carreira.

E uma quinta cruz na porta da Secretaria de Estado da Fazenda com a frase mote do Março Vermelho: “Valorize professoras e professores Agora”.

Balões vermelhos na ‘Rua da Frente’

Além das cruzes, mais de 2 mil balões vermelhos foram fixados no canteiro central da Avenida Ivo do Prado (Rua da Frente), uma das principais avenidas da capital sergipana. Nos balões estão estampadas as frases: “Valorize professoras/es agora” e “Concessão da água é privatização disfarçada”.

“Esta é uma ação conjunta entre SINTESE, pela valorização das professoras e professores, e Sindisan contra a privatização da Deso. O dia 22 de março é um dia simbólico, é o Dia Mundial da Água e água é um bem de todos nós, portanto, um assunto que diz respeito a toda sociedade. Com isso, o SINTESE une sua luta e sua força a luta dos companheiros da Deso contra a privatização da água”, coloca o presidente do SINTESE, professor Roberto Silva.

O professor Roberto explica ainda que unificar as lutas do SINTESE e do Sindisan significa lutar contra a entrega do estado ao empresariado, por meio das privatizações, e que a educação também está na mira.

“Precisamos entender que o Governo de Fábio Mitidieri se caracteriza como um governo privatista, que quer entregar bens que são do povo sergipano na mão de empresários, que visam o lucro e não o bem-estar da população. O primeiro ataque é a Deso, a nossa água, mas ela não é a única na lista: a educação também está lá. Agora o alvo é a Deso e se não lutarmos para barrar, o próximo alvo seremos nós”, coloca o presidente do SINTESE, professor Roberto Silva.

Marcha

A culminância deste dia 22 de maço será a Marcha da Classe Trabalhadora. A concentração já começou, em frente a Deso, em Aracaju. De lá trabalhadoras e trabalhadores irão percorrer as ruas do centro da cidade.

“Será um ato grande e assim como começamos o dia de hoje com muitas intervenções na rua este ato também será marcado por intervenções visuais e simbólicas ao longo de seu percurso, que segue até a Praça Fausto Cardoso. Convidamos a população a se juntar a nós neste dia de luta, neste ato que será bonito, forte e uma mostra de união da classe trabalhadora sergipana. Estamos esperando por você”, convoca o presidente do SINTESE, professor Roberto Silva.