Escola Nordeste de Formação da CUT inicia curso para resistência contra o retrocesso
Lideranças sindicais de Sergipe, Alagoas e Bahia estiveram reunidas em Aracaju em 3 dias de curso de formação de formadores
Publicado: 11 Junho, 2022 - 10h56 | Última modificação: 11 Junho, 2022 - 11h31
Escrito por: Iracema Corso
A educação libertadora foi central nos três dias de debates promovidos pela Escola Nordeste de Formação Sindical da Central Única dos Trabalhadores que reuniu em Aracaju lideranças de Sergipe, Alagoas e da Bahia.
Educação libertadora é aquela que percebe o ser humano como um todo e não o vê somente como uma pessoa preparada para trabalhar. “Por isso, Paulo Freire é detestado pela direita por fazer o trabalhador compreender quem ele é de verdade. Assim, a educação libertadora desperta uma nova consciência: a consciência de classe. A direita quer que o trabalhador sem direitos pense que ele é um empresário”, afirmou o educador Artur Nóbrega.
Os educadores Nadine Agra e Artur Nóbrega explicaram que a ideia do trabalhador como empresário gera exploração sem limites para quem trabalha e lucro para o empresário.
A necessidade do trabalhador refletir sobre a realidade em que vive foi reforçada por uma pergunta: por que muita gente que mora numa casa financiada pelo Minha Casa, Minha Vida e que fez faculdade através do FIES não consegue entender esta conquista como fruto de uma política pública implantada pelo PT? Assim como este, vários assuntos atuais sobre a realidade brasileira foram abordados.
“Nestes três dias nós cumprimos a tarefa de nos formar para levar na formação CUTista para outros sindicatos formados por trabalhadores filiados à CUT. Este é o primeiro de 6 módulos. No fim do 6º módulo, teremos subsídios para espalhar a formação CUTista e freireana para a classe trabalhadora formalizada e não formalizada”, afirmou Caroline Santos, secretária de Formação da CUT Sergipe.
Entre vários temas, foram discutidos o egoísmo e o individualismo naturalizados, a política do empreendedorismo, e outras ideias presentes no nosso dia-a-dia como o machismo e o racismo – que constituem o Brasil patriarcal de raiz escravocrata.
A CUT/BA trouxe uma delegação negra e 100% feminina para construir este debate sobre poder nas relações sociais, ou seja: a política no cotidiano.
Secretária de Formação da CUT Bahia, Adriana Lima, destacou neste momento a necessidade de formação focada para o público feminino. “A formação é transformação para o cidadão e ela veio num momento essencial. Neste espaço fizemos análise de conjuntura para conhecer a realidade e o momento que estamos vivendo. Estamos nos estruturando para formar nossas bases que precisam de formação. Estamos sedentos de uma formação específica para a mulher trabalhadora”, explicou Adriana.
O secretário de Formação da CUT Alagoas, Francisco Mata disse que vai levar ao seu estado a experiência do curso de formação para construir a resistência sindical CUTista. “O Brasil está vivendo um momento de atraso. Um retrocesso econômico, social e político a partir da destruição de tudo que foi feito nos governos Lula e Dilma. Temos neste encontro a oportunidade de fortalecer a formação. Aqui está reunida parte importante do Nordeste para organizar a resistência contra o retrocesso”, afirmou.
Coordenador de Formação da Escola Nordeste da CUT, Josivaldo Martins informou que já aconteceu uma etapa de formação com as CUTs do Piauí, do Ceara e do Maranhão.
“Com a crise política e instabilidade do País, é mais que necessário que as organizações sindicais pensem melhor suas estratégias para se aproximar e orientar a classe trabalhadora sobre o que pode vir por aí e o que é possível mudar neste País. Por isso vamos intensificar a agenda dos nossos cursos e chegar cada vez mais junto à classe trabalhadora através da CUT. Temos o orgulho de sermos CUT, uma central sindical forte, que faz a luta social, agrega as trabalhadoras e os trabalhadores, defende as pautas da população e a construção de uma sociedade mais justa e mais fraterna”, declarou Josivaldo Martins.
Os participantes por Sergipe foram Aíres Nascimento, Alberto Marques, Arlete Silva, Caroline Santos, Cláudia Oliveira, Iara Nascimento, Ivan Calasans, João Fonseca, José Sá e Quitéria Santos.