Escrito por: Caroline Santos (SINTESE)
A falta de merendeira no turno da manhã, livro didático, uniforme, professores de diversas disciplinas, entre outras reivindicações levaram os estudantes do Colégio Estadual Ministro Petrônio Portela, localizado no Conjunto Augusto Franco, a realizarem protesto em frente à escola na manhã desta segunda, 25.
“Queremos merendar, queremos merendar”, “Educação não é gasto, é investimento” foram as frases mais entoadas pelos estudantes na porta do colégio.
“Eles ficam das 7h até meio dia e meia, sem poder sair e sem qualquer lanche. A gente sabe que muitos não tem alimentação em casa, por isso não dá mais para ficar assim. Só vamos sair daqui quando tivermos soluções para os problemas da escola”, disse Adilma Gomes mãe de uma estudante do 1º ano do Ensino Médio.
Com dois filhos matriculados, Elisângela Gomes (de roupa estampada) dialoga com a diretora do SINTESE, Elvira Rocha Adilma Gomes Santos tem uma filha no Ensino Médio e foi apoiar o ato dos estudantes.
Os estudantes contam que em algumas turmas faltam professores de Inglês, Artes, Geografia, Português e História. “Não estamos tendo uma escola de qualidade. As salas estão com goteira e ainda faltam professores. Está bem difícil”, disse Rafaela Vitória, estudante do 1º ano do Ensino Médio.
A falta de livro didático para algumas turmas e uniforme (para todas as turmas) também estão nas reivindicações dos estudantes. Eles contam que já estão prestes a fazer a primeira avaliação e alguns sequer tiveram livros para estudar.
A professor Elvira Rocha, dirigente do SINTESE e integrante do Conselho de Alimentação Escolar – CAE também esteve no ato para levar o apoio do sindicato aos estudantes e buscar esclarecimentos sobre a alimentação escolar.
“Viemos trazer o nosso apoio ao movimento organizados pelos estudantes, pois só com a mobilização é possível assegurar direitos. Parabenizo os estudantes do Portela que deu visibilidade aos problemas da escola e foi possível ter uma reunião com a DEA”, disse.
Os estudantes também levantaram a questão do transporte, pois atualmente, tem havido problemas, principalmente para aqueles que moram na Zona de Expansão de Aracaju. O veículo que faz o translado é pequeno e não atende a todos.
Há também a questão daqueles que estudam no Ensino Médio e tem irmãos no Ensino Fundamental e vice-versa. Com a adoção do sexto horário para o Ensino Médio e só havendo um ônibus, quando as aulas do Ensino Fundamental terminam (por volta das 11h30) o ônibus sai. Com isso os estudantes do Ensino Médio que não tem recursos para custear o próprio transporte acabam indo embora mais cedo.
Reunião
Ainda de manhã ocorreu uma reunião na escola com representação dos pais, estudantes e professores, direção da escola com a diretora da DEA – Diretoria de Educação de Aracaju, Gilvânia Guimarães.
Reunião com estudantes, representantes dos pais, dos professores, Sintese com a diretora da DEA, Gilvânia Guimarães (com a máscara branca)
Sobre a contratação da merendeira, a gestora da DEA informou que próxima semana haverá uma nova convocação de selecionados no processo seletivo será feita e que no máximo em 10 dias o problema estará solucionado. Enquanto a diretoria, através de contato com o Departamento de Alimentação Escolar irá fazer remanejamento de alimentos prontos (broa, bolo bacia) para que os estudantes tenham algo para se alimentar durante o período.
Sobre os professores, a representante da DEA informou que irá verificar a disponibilidade de integrantes do magistério para suprir as atuais necessidades da escola e até mesmo a possibilidade de alguns professores que já estão na unidade de ensino ampliar sua carga horária, com o devido pagamento de horas extras.
Sobre o transporte, a diretora solicitou que a escola listasse os estudantes que moram na Zona de Expansão para uma possível ampliação.
Com relação aos livros didáticos, a DEA irá verificar em outras escolas se houve sobras de livros para serem encaminhados ao Portela.