Escrito por: Iracema Corso
Greve nacional cobra condições de trabalho, reabertura das agências do INSS fechadas por Bolsonaro, concurso público, valorização salarial e reformas nos prédios que atendem à população
Em greve, servidores públicos do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) farão protesto nesta quarta-feira, dia 24 de julho, na porta da agência localizada no bairro Siqueira Campos, em Aracaju, a partir das 8h da manhã.
As trabalhadoras e trabalhadores também lutam por condições de trabalho, reformas para melhorar a estrutura física dos prédios do INSS que atendem mais de 300 pessoas por dia. A agência do INSS do Siqueira Campos, por exemplo, não possui climatização, além dos problemas na estrutura física do prédio que não oferece condições mínimas de conforto e segurança. A demanda por reformas e condições de trabalho é uma realidade nacional das agências do INSS e por isso integra a pauta de reivindicações.
A greve nacional dos servidores do INSS teve início no dia 16 de julho e no dia 18 de julho foi deflagrada a greve no Estado de Sergipe. Em 2015, o INSS possuía em todo o Brasil 44 mil servidores e, atualmente, pouco mais de 18 mil precisam dar conta da demanda nacional da seguridade social. Devido a esta redução de mais da metade do corpo de servidores do INSS, a greve traz a pauta de reestruturação do quadro nacional de servidores através da contratação por concurso público.
O coordenador geral do SINDIPREV Sergipe, Deivid Christian, defendeu que seja feita a reformulação da carreira com valorização ao trabalho dos servidores do INSS.
“Através de concurso público, o governo Lula contratou em 2023 aproximadamente 1.700 servidores, mas devido à desvalorização da carreira, más condições de trabalho e sobrecarga que se mantém, mais de 250 servidores recém contratados já pediram exoneração. Por isso é preciso valorizar os servidores do INSS. Nos governos Temer e Bolsonaro, sofremos 7 anos de arrocho salarial. No ano passado o governo Lula nos concedeu um reajuste emergencial de 9%, mas amargamos 40% de perda salarial acumulada com Temer e Bolsonaro, então nosso salário segue achatado e pouco atrativo”, explicou Deivid Christian.
O dirigente sindical do SINDIPREV Sergipe declarou que para reverter o cenário nacional de abandono da política de seguridade social implementada pelo governo federal anterior, o presidente Lula vai precisar fazer mais investimentos no setor, mais concurso público, além da reabertura das agências do INSS fechadas por Bolsonaro.
“Tínhamos 3 milhões e 500 mil requerimentos represados (aguardando uma resposta a mais de 45 dias), baixamos para aproximadamente 500 mil requerimentos graças ao acréscimo de servidores chamados e ao trabalho extraordinário dos servidores do INSS. Precisamos de mais contratações. Esta realidade de sobrecarga de trabalho no INSS precisa acabar. A política de previdência é a maior política de redistribuição de renda do Brasil. Precisamos de uma carreira estratégica e atrativa, pois o servidor do INSS exerce um papel essencial para o estado brasileiro”, afirmou Deivid Christian.
Fotos: SINDIPREV Sergipe