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Greve Nacional dos Correios defende plano de saúde e direitos dos trabalhadores

Quinta-feira (20/8), às 7h, tem ato em Aracaju em frente à unidade da Rua Acre

Publicado: 19 Agosto, 2020 - 10h33 | Última modificação: 19 Agosto, 2020 - 10h49

Escrito por: Iracema Corso

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Mais de 100 trabalhadores dos Correios já morreram vítimas da Covid-19 e, em plena pandemia, o governo Bolsonaro decide acabar com o Plano de Saúde e eliminar 70 das 79 cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Na resistência, os mais de 98 mil trabalhadores dos Correios de todo o Brasil iniciaram uma Greve Nacional a partir da 0h da terça-feira (18/8).

O secretário geral do SINTECT/SE (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Sergipe) e diretor de Cultura da CUT/SE (Central Única dos Trabalhadores), Jean Marcel, explicou que desde julho os sindicatos se esforçam para negociar com a direção da empresa dos Correios e evitar a greve.

No dia 14 de agosto, teve início a votação eletrônica do STF sobre o Acordo Coletivo dos Correios, com vigência até 2021. “Caso a maioria dos ministros vote contra a retirada de direitos dos trabalhadores, é possível que a greve termine rapidamente. Até agora, infelizmente, o único voto foi contra os trabalhadores, o do ministro Toffoly. Esperamos que os demais ministros do STF compreendam que em meio à pandemia não é hora de retirar direitos dos trabalhadores. A prioridade é sobreviver e vencer a Covid-19”, afirmou Jean Marcel.

Em Aracaju, a partir das 7h da manhã da próxima quinta-feira (20/8), vai ter protesto na porta da unidade dos Correios da Rua Acre. Segundo Jean Marcel, os trabalhadores estarão no ato de máscaras, distanciados, usando álcool para desinfetar as mãos.

“Só não podemos deixar de lutar pelos nossos direitos que querem nos arrancar no meio de uma pandemia. Não estamos lutando para conquistar nada, lutamos para não perder. Vamos falar pra população o que o trabalhador dos Correios enfrenta todos os dias: a exposição ao vírus, o adoecimento, a saúde comprometida, a contaminação dos nossos familiares. O governo Bolsonaro acha pouco e ainda quer tirar nosso Plano de Saúde? Querem acabar com nosso Acordo Coletivo e deixar o trabalhador dos Correios sem direito nenhum? Nossa resposta é uma greve forte, nacional até a vitória”, acrescentou Jean Marcel.

O presidente da CUT/SE, Roberto Silva, criticou o ataque aos direitos dos trabalhadores dos Correios durante a pandemia. "A empresa dos Correios é lucrativa. Esta iniciativa de ataque dos direitos dos trabalhadores durante a pandemia tem o objetivo de criar animosidade da população contra a empresa pública, principalmente contra os trabalhadores da empresa. Tudo isso já vimos, é parte do desmonte dos Correios para privatizar. Outra insanidade: privatizar os Correios. A iniciativa privada nunca vai dar conta de cobrir a demanda num País de dimensão continental como o Brasil. Sem falar na soberania e papel social dos Correios", acrescentou.

O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, mais do que apoio à greve, colocou a estrutura da Central à disposição da categoria para ajudar na paralisação. “A luta dos trabalhadores dos Correios por direitos é de toda classe trabalhadora”, disse Sérgio Nobre. Acesse o link e confira a matéria completa da CUT Nacional.

Na matéria de divulgação da greve nacional, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT) afirmou que: “além de se negar a negociar, a direção da estatal surpreendeu os trabalhadores e trabalhadoras no dia 1º de agosto com a revogação do atual Acordo Coletivo de Trablho (ACT) que estaria em vigência até 2021”. Acesse o link e confira a matéria completa do FENTECT.

Trabalhadores dos Correios estão lutando para não perder:
- Plano de saúde
- Vale cultura
- Anuênios
- Adicional de atividade de distribuição e coleta (AADC)
- Adicional de atividade de tratamento (AAT)
-Adicional de atividade de guichê (AAG)
- Alterar a data do dia do pagamento
- Auxílio de dependentes com deficiência
- Pagamento de 70% a mais da hora normal quando há hora extra trabalhada
- Reembolso creche
- Pagamento de 70% das férias
- Aumento no compartilhamento do ticket
- Licença maternidade de 180 dias
- Fim da entrega matutina
- Garantia de pagamento durante afastamento pelo INSS
- Ticket nas férias
- Ticket nos afastamento por licença médica
- Vale peru
- Para motoristas é o fim da cláusula sobre acidente de trânsito
- Indenização por morte
- Garantias do empregado estudante
- Licença adoção
- Acesso as dependências pelo sindicato
- Atestado de acompanhamento
- Fornecimento de Cat/ Lisa
- Itens de proteção na baixa umidade
- Reabilitação profissional
- Adicional noturno
- Repouso no domingo
- Jornada de 40hs
- Pagamento de 15% aos sábados