Escrito por: Iracema Corso
Cobrança de taxa do lixo em Poço Verde e a não adesão ao Programa Safra Garantida são denunciados durante a manifestação contra a exclusão social
O Grito dos Excluídos e das Excluídas em Poço Verde, no último sábado, dia 25 de setembro, denunciou a política nefasta que empurra a população do município e do Brasil para a miséria, a fome, o desemprego, o endividamento, a falta de acesso aos serviços públicos e a destruição das principais empresas públicas.
Segundo a vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT Sergipe), Ivônia Ferreira, o Grito dos Excluídos e das Excluídas foi um ato bem representativo no município de Poço Verde.
Dirigente da CUT, do Sindiserve Poço Verde e da Fetam, João Fonseca denunciou que o prefeito de Poço Verde, Iggor Oliveira, alinhado à política de Bolsonaro, quer cobrar no município de Poço Verde a taxa de lixo.
“O prefeito quer cobrar pela coleta do lixo. E a população pobre, como vai ficar? Isso é a privatização do serviço público. Queremos saber! Falta transparência nesta gestão. Como vai ficar a população que não tem condições de pagar a taxa de lixo? Os supermercados, por exemplo, que despejam grande volume de lixo vão pagar taxa maior?”, questionou o sindicalista João Fonseca.
A manifestação seguiu em marcha até a Câmara dos Vereadores. Na feira, a população parou para ouvir e teve até aplauso.
De acordo com o sindicalista Jackson, este retrocesso começou com a retirada da presidenta Dilma, em 2016. “Cada vez mais somos prejudicados. Veio a ‘Deforma Trabalhista’, a Reforma Previdenciária, até chegarmos agora à Reforma Administrativa que ameaça a estabilidade do servidor. É a volta do coronelismo e do apadrinhamento político no serviço público, é o retrocesso”, apontou Jackson.
A agricultora e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas de Poço Verde, Aíres Nascimento, revelou que 958 agricultores e agricultoras familiares se cadastraram no Programa Garantia Safra, pagaram seus boletos mensais e a Prefeitura de Poço Verde perdeu o prazo de adesão, deixando centenas de agricultores sem o direito de receber a parcela única de R$ 850 para cobrir o prejuízo da safra perdida. Ela informou que Poço Verde foi o único, entre os 74 municípios de Sergipe que não fez a adesão ao programa, o que gerou sério prejuízo aos agricultores do município.
A atividade de luta foi construída pelas centrais sindicais e pelos movimentos sociais de Sergipe. Durante o ato, manifestantes também convidaram a população de Poço Verde para participar no próximo dia 2 de outubro do protesto pelo Fora Bolsonaro pelas ruas do bairro Coroa do Meio em Aracaju.