Escrito por: Iracema Corso

Live do Fórum Negro de SE debate hoje o lugar da mulher negra na sociedade

Quem foi Tereza de Benguela? E por que a maioria do Brasil ainda não sabe responder esta pergunta? A data de 25 de julho, Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra se espalhou por todo mês com a força do movimento negro e se transformou no ‘Julho das Pretas’.

Às vésperas deste dia importante, o Fórum de Organizações Negras de Sergipe Contra o Racismo e pela Democracia promove na noite desta sexta-feira (24/7), às 19h, a live ‘O lugar da mulher negra na sociedade brasileira. Desafios e perspectivas em tempos de pandemia’ que será transmitida pelo instagram @forumnegro.se.

Secretária de Combate ao Racismo da CUT/SE, a professora Arlete Silva reforça o convite para o movimento sindical e toda a população acompanhar esta live.

“O JULHO DAS PRETAS é de fundamental importância para evidenciar a luta da mulher negra. Temos um País que em sua maioria é de negros e de mulheres. O BRASIL tem raça e gênero. As mulheres NEGRAS continuam sendo as mais exploradas e negligenciadas socialmente. Os dados do ATLAS DA VIOLÊNCIA que tratam do mercado de trabalho e mapa da violência comprovam. O JULHO DAS PRETAS tem o objetivo de colocar em evidência o debate sobre o racismo, a discriminação racial, a violação de direitos, bem como ressaltar o protagonismo da mulher negra”, afirmou Arlete.

Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT/SE, Cláudia Oliveira comemorou o avanço do debate sobre o racismo no Brasil e no mundo.

“A gente vê jovens assumirem a sua identidade, a começar pelo seu cabelo que é uma herança de nossos ancestrais e jamais deve ser visto como moda. A gente vê, mesmo com essa pandemia, todas as atividades das mulheres negras e do movimento negro que mesmo no formato virtual realizaram debates, plenárias, conferências e vídeos pessoais para contarem suas experiências. Tudo isso mostra a força da mulher negra que sofre o racismo estrutural, além de ter que lidar com o deboche do racista no dia-a-dia que pergunta: qual pente que passa neste cabelo? Por isso é tão importante a gente se reconhecer como negro e saber lidar com orgulho de nossas características ancestrais”, destacou Cláudia.

As dirigentes sindicais da CUT/SE frisam que a lei 12.987, de junho de 2014, sancionada pela presidenta Dilma Roussef, instituindo o 25 de julho como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, foi um passo importante no reconhecimento do protagonismo de mulheres negras, definitivas guerreiras na luta contra o racismo.

Acesse o site GELEDES e conheça a história da heroína negra brasileira, Tereza de Benguela. “Rainha Tereza”, como ficou conhecida em seu tempo, viveu na década de XVIII no Vale do Guaporé, no Mato Grosso. Ela liderou o Quilombo de Quariterê após a morte de seu companheiro, José Piolho, morto por soldados. Segundo documentos da época, o lugar abrigava mais de 100 pessoas, com aproximadamente 79 negros e 30 índios. O quilombo resistiu da década de 1730 ao final do século”.