Escrito por: Iracema Corso

Reunidos com Sergás, Motoristas, CUT e Sinergia cobram preço justo para gás veicular

Na tarde da última quarta-feira, dia 19 de maio, o representante da Associação de Motoristas de Aracaju, Everton dos Santos, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), Roberto Silva, o coordenador geral do Sinergia/SE, Gilton dos Santos e a diretoria da Sergás participaram de uma reunião on-line para buscar alternativas ao aumento exorbitante de 38,8% no preço do Gás Natural Veicular (GNV).

Everton dos Santos, da Associação de Motoristas de Aracaju, explicou que muitos motoristas trabalham com o carro alugado e não podem ser surpreendidos com um aumento deste porte. “Uma hora ou outra, o motorista tem que devolver o carro, ele está vulnerável. Precisamos ajudar esses pais de família. Hoje somos 14 mil motoristas por aplicativo, destes, 700 são mulheres. Combustível é o sangue, tanto para os taxistas como para os motoristas por aplicativo que precisam bater a sua meta e levar o sustento para casa. Sei que o momento é difícil no mundo, mas todos nós precisamos nos ajudar para avançar na negociação”.

O coordenador geral do Sindicato dos Eletricitários de Sergipe (Sinergia/SE), Gilton dos Santos reforçou que é inviável que os trabalhadores paguem esta conta. “O dinheiro deste reajuste está saindo do bolso do trabalhador”, afirmou. Gilton também lembrou que na pandemia, com a diminuição de fluxo de pessoas nas ruas e com toque de recolher, a rentabilidade dos taxistas e motoristas por aplicativo caiu muito.

Quem é o responsável pelo reajuste?

A diretoria da Sergás explicou que o reajuste foi estipulado pela Petrobrás. É mais um efeito negativo para a população brasileira da Política de Preços da Petrobrás, adotada desde o Governo Temer. A mesma política que o governo Bolsonaro já afirmou que não vai mudar. Segundo a política de preços da Petrobrás, haverá aumento dos preços da gasolina, do gás de cozinha e do gás veicular de acordo com a variação do dólar e do preço internacional do barril de petróleo (acesse o link e entenda melhor).

Diretores da Sergás informaram que não podem fazer nada diante desta política de preços da Petrobrás, pois o preço do gás e demais combusteis estão vinculados à variação do câmbio e do dólar.

Segundo os diretores da empresa, foi enviada uma carta para a Petrobras pedindo para que ela flexibilize esse reajuste e explicando que não havia condições de praticar. “A Sergás foi atingida na competitividade, são menos carros rodando. É preciso de uma política de flexibilização urgente. Esse aumento do preço para a Sergás é horrível”, explicou o diretor executivo da Sergás, Valmor Barbosa.

Ivonez Lourenço, diretor técnico e comercial da Sergás, afirmou que tem recebido muitas mensagens de trabalhadores de aplicativo para falar no reajuste do preço do gás veicular. “O cenário está difícil e nossa situação é de engessamento”, afirmou.

Presidente da CUT/Sergipe, Roberto Silva propôs uma reunião com o governo de Sergipe para discutir alternativas para auxiliar o motorista de aplicativos e taxistas. “Sabemos que Bolsonaro não vai mudar a política de preços da Petrobrás. Não aceitamos que a conta seja cobrada do bolso do trabalhador e da população. Vamos solicitar um auxílio financeiro, uma espécie de auxílio gás para que os trabalhadores possam superar o impacto deste reajuste”, propôs.

Representante da Associação de Motoristas de Aracaju, Everton dos Santos afirmou que uma iniciativa parecida de auxílio gás para os motoristas de aplicativos e taxistas foi adotada no Maranhão e gerou um resultado positivo.

Desta forma, ficou decidido que as entidades buscariam discutir o assunto com o governo do Estado de Sergipe, através da Secretaria da Fazenda e Secretaria de Indústria e Comércio para tratar do assunto. Segundo a diretoria da Sergás, caso o governo do Estado adote tal política teria apoio total da empresa.

A CUT já enviou ofício ao Secretário de Estado da Fazenda solicitando audiência no sentido de viabilizar a busca do auxílio aos trabalhadores motoristas de aplicativos e taxistas.