Escrito por: Cláudia Oliveira/Sec. de Mulheres Trabalhadoras da CUT/SE
Assim como ocupar as galerias da Alese foi árduo, ficar na praça, também foi cansativo, quente e estressante, como qualquer greve e ocupação. Com mochila nas costas, pesada, levando roupa, material de higiene, prontas para dormir na Casa do Povo, assim foram esses dias de greve para muitas mulheres, apreensivas, pois ali, não conhecíamos todos e todas que chegavam.
De vez em quando, aparecia um com discurso nos culpando porque votamos em fulano ou cicrano, querendo informações, de todo tipo de assunto. Ver a praça cheia de pessoas carentes e abandonadas pelo poder público, pedindo comida. Muitas vezes, dividindo nossa quentinha com crianças, jovens, idosos e animais que vivem perambulando pelas ruas.
Dolorido, coração aperta e ficamos atados sem conseguir reagir a tudo isso. A partir daí, se debater com os colegas de profissão que há muito tempo não víamos, debatemos tudo, nossos projetos, nossas angústias. Isso foi muito bom.
Ano passado, tivemos uma tentativa de recuperar a carreira, "é verdade!" E este ano não tivemos reajuste, "é verdade!" Tivemos que gritar, ou já não gritamos? Mas reagimos. Parabéns para todas nós.
Que esse início de luta, nos fortaleça, nos dê coragem, para reagir, reagir a cada agressão contra nós Mulheres Trabalhadoras que construímos um mundo melhor e mais humano.