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Museu da Mangaba e Reserva Ecológica das Mangabeiras foram temas do Café Partilhado

Publicado: 12 Janeiro, 2021 - 11h53 | Última modificação: 12 Janeiro, 2021 - 12h15

Escrito por: Iracema Corso

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No último sábado, dia 9 de janeiro, o Café da Manhã Partilhado nas Mangabeiras do bairro 17 de Março, foi um encontro muito bonito na área da mangaba da Dona Zenaide e do senhor Uilson.

Há mais de 60 anos, 11 famílias vivem do extrativismo da mangaba e garantem a preservação desta cultura que é parte da identidade do povo sergipano. Recentemente, a região com 6 mil mangabeiras e 2 mil cajueiros, entre vários outros pés de fruta, está sobre a ameaça de ser destruída com derrubamento das árvores para dar lugar à construção de casas no bairro 17 de Março.

Na luta pela preservação da região das mangabeiras, terra mãe da cultura da mangaba em Sergipe, novos apoios se somaram à comunidade tradicional na ocasião do Café da Manhã Partilhado, neste sábado.

Segundo a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Cláudia Oliveira, derrubar estas árvores é um crime contra a natureza e contra a cultura da mangaba em Sergipe.

"Queremos que os governantes e o prefeito possam manter essa região preservada. Aqui é o lugar onde famílias tiram o seu sustento. A mangaba precisa ser preservada. É preciso que tenha um projeto de construção de casas em outro terreno. Essas construções aqui, uma encima da outra, vão sufocar as mangabeiras", observou Cláudia.


Moradores do bairro Santa Maria, o agente de saúde Marivaldo Meneses Santos e a senhora Gilzanira Rodrigues de Lima estavam presentes. "Apoio completamente esta luta em defesa do meio ambiente e em defesa do extrativismo da mangaba. Esta região é o pulmão do Santa Maria", destacou dona Gilza.

O professor da rede pública estadual de ensino e membro da AGB (Associação dos Geógrafos do Brasil), Márcio dos Reis Santos, apresentou um estudo produzido pela associação sobre o tema. Segundo o professor, o documento está disponivel para a consulta e propõe à Prefeitura que empreenda estudos para a criação da reserva ambiental extrativista, assim como a criação do Museu da Mangaba.

"Eu, como professor, já me imagino trazendo os meus alunos para fazer pesquisa monitorada com a comunidade. Aracaju só tem a ganhar com a efetivação desta reserva. Para a população que precisa de moradia, a gente sugere que a Prefeitura faça estudos para construir as habitações em outra área da cidade", avaliou.

Dirigente da CUT e vereadora do município de Aracaju, a vereadora Ângela Melo firmou seu apoio à luta. "Esta reserva é de fundamental importância para a preservação do ecosistema de Aracaju, além da sobrevivência das familias que daqui tiram o seu sustento. Eu, enquanto parlamentar, dirigente sindical e vereadora do municipio de Aracaju, estou aqui para dar todo o meu apoio a esta comunidade", afirmou. Além da vereadora Ângela Melo, o vereador Breno Garibalde participou do Café Compartilhado.

Segundo a dirigente da CUT Joelma Dias, o movimento sindical vai prestar apoio ao movimento através da divulgação e dos cursos de formação que serão oferecidos.

O Sr. Uilson de Sá da Silva, presidente da Associação de Catadoras e Catadores de Mangaba Padre Luiz Lemper, revelou que o movimento em defesa da região das mangabeiras também tem o apoio do mandato da vereadora Linda Brasil.

"Pretendemos divulgar a região das mangabeiras, crescer em apoios à preservação deste território e inclusive, mais à frente, queremos propor uma sessão itinerante da Câmara de Vereadores para que todos possam conhecer o local e nos ajudar na nossa luta", acrescentou o senhor Uilson.

Neste IV encontro, formou-se uma frente de apoio com as diversas entidades e movimentos presentes, que irão organizar os próximos passos. Para o mês de março, o movimento já prepara uma programação especial no dia 6, em referência ao Dia Internacional da Mulher.