Escrito por: CUT Sergipe

Lembranças da Ditadura Militar

Prisões arbitrárias e tortura são parte das lembranças das décadas da Ditadura Militar de 1964 no Brasil. A tortura é uma forma de violência covarde já praticada pelo Estado contra cidadãos. No aniversário de 57 anos do golpe que instituiu uma Ditadura Militar por mais de 20 anos no Brasil, podemos lembrar as torturas através das quais foram assassinados jornalistas, advogados, muitos sindicalistas, professores, estudantes, a sociedade civil em geral.

A Comissão Nacional da Verdade, instaurada durante o Governo Dilma (em 16 de maio/2012), reconheceu 434 civis mortos e desaparecidos políticos entre os anos de 1964 e 1988. Além de matar quase 500 pessoas e torturar mais de 20 mil civis, a ditadura também perseguiu ou ‘deu sumiço’ em cerca de sete mil militares que se opunham ao regime.

Não bastassem os assassinatos, violência física e sexual, quem viveu nos anos da Ditadura Militar recorda a atmosfera de medo e repressão que pairava em toda a sociedade que era impedida de pensar e de expressar opinião política livremente. Confira depoimentos sobre a ditadura militar em Sergipe registrados no documentário sergipano ‘Operação Cajueiro, um carnaval de torturas’ (Dir. Fábio Rogério).

Falsa Ameaça do Comunismo

A falsa ameaça do comunismo, sobre a sombra da Guerra Fria, foi usado como argumento para justificar a derrubada da democracia brasileira lá em 1964, assim como o fechamento do Congresso Nacional e a instauração de um regime ditatorial no País.

Hoje, nesta quarta-feira, dia 31 de março de 2021, quando o golpe ditatorial completa 57 anos de aniversário, a Central Única dos Trabalhadores (CUT/Sergipe) repudia toda e qualquer forma de apologia às décadas de ditadura que o Brasil sofrivelmente atravessou.

De acordo com o presidente da CUT Sergipe, Roberto Silva, a lembrança da ditadura demarca a importância de defender a democracia brasileira, os direitos coletivos e individuais do povo brasileiro.  “O direito à livre manifestação é muito caro à sociedade brasileira. Precisamos sempre defender o direito ao contraditório, o direito de ter posições contrárias, de criticar a política adotada pelos governos, seja ele federal, estadual ou municipal”, destacou.

Só numa democracia, por exemplo, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) pode denunciar o ex-presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco por utilizar informações privilegiadas de que valor de ações da empresa cairia com sua demissão. Segundo a denúncia da FUP, Castello Branco teria lucrado R$ 11 milhões utilizando laranjas para a operação na Bolsa (Acesse o link e leia mais).

Só numa democracia, por exemplo, a população insatisfeita pode protestar contra o governo Bolsonaro – diante do desemprego, incompetência, negacionismo e irresponsabilidade para combater a Covid no Brasil.

#DitaduraNuncaMais

No aniversário do golpe ditatorial, o presidente da CUT alerta a população sobre os bolsonaristas de hoje que adotam a mesma estratégia usada no passado: a falsa ameaça do comunismo e as mentiras divulgadas no formato de fake news desde antes das eleições até agora.

“Com a comprovação da inocência de Dilma e de Lula, ficou provado que eles foram retirados do Poder para que Temer e Bolsonaro pudessem acabar com os servidores, com direitos trabalhistas, com a previdência do povo brasileiro, vender as maiores empresas e instaurar esse caos e catástrofe em todo o País. A democracia brasileira segue abalada, mas acreditamos que o sistema democrático pode se reestabelecer em 2022. Por isso, mais do que nunca, é importante fortalecer a luta pelo fora Bolsonaro. Desde o início, este é um governo que não tem legitimidade”, avaliou Roberto Silva.

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 O pedido será apresentado nesta quarta (31), 11h, quando será realizada uma coletiva de imprensa virtual