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OPINIÃO: COP30 inclui pauta da "transição justa" nas negociações globais

Publicado: 27 Novembro, 2025 - 12h32 | Última modificação: 27 Novembro, 2025 - 12h38

Escrito por: Marcos Antônio Araújo de Oliveira, secretário de Meio Ambiente da CUT-SE

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A COP30 foi concluída agora em novembro de 2025 e resultou em um "Horizonte favorável à transição justa" para a classe trabalhadora, embora os avanços específicos e mensuráveis dependam da implementação contínua e da pressão social.

O pacote de decisões, conhecido como "Pacote de Belém", buscou conectar as iniciativas climáticas com a vida diária das pessoas. 

Os principais avanços e focos relacionados à classe trabalhadora incluem:

1-Transição Justa como Prioridade: Houve um esforço significativo para garantir que a transição de combustíveis fósseis para energias renováveis ocorra de forma justa e equitativa, com foco nas pessoas e nos trabalhadores afetados.

2-Reconhecimento dos Impactos Sociais: A conferência reconheceu a necessidade de lidar com os impactos socioeconômicos das mudanças climáticas em populações vulneráveis, o que inclui a classe trabalhadora, que já enfrenta precarização e baixos salários em atividades verdes.

3-Inclusão da Pauta Sindical: Organizações sindicais, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), participaram ativamente das discussões, levando as demandas da classe trabalhadora para a mesa de negociações, enfatizando a soberania e a luta sindical no contexto da crise climática.

4-Financiamento Climático e Geração de Empregos: As discussões sobre o financiamento climático para países em desenvolvimento visam, em tese, criar novas oportunidades de emprego em setores de baixo carbono, como energia renovável e agricultura sustentável. No entanto, a implementação e a garantia de condições dignas de trabalho nesses novos setores permanecem como desafios cruciais.

5-Compromisso com a Implementação: O Brasil, na presidência da COP, comprometeu-se a acelerar a implementação do Acordo de Paris, o que, se concretizado, pode levar a políticas públicas mais robustas de adaptação climática e repressão a ilícitos ambientais, que indiretamente protegem os meios de subsistência e a saúde dos trabalhadores. 

Em resumo, os avanços estão mais no campo do reconhecimento político e da inclusão da pauta da "transição justa" nas negociações globais do que em medidas concretas e imediatas pós-conferência. A eficácia desses compromissos dependerá das ações dos governos e da mobilização social nos próximos anos.

Crédito Imagem: Naira Leal (CUT)