A COP30 foi concluída agora em novembro de 2025 e resultou em um "Horizonte favorável à transição justa" para a classe trabalhadora, embora os avanços específicos e mensuráveis dependam da implementação contínua e da pressão social.
O pacote de decisões, conhecido como "Pacote de Belém", buscou conectar as iniciativas climáticas com a vida diária das pessoas.
Os principais avanços e focos relacionados à classe trabalhadora incluem:
1-Transição Justa como Prioridade: Houve um esforço significativo para garantir que a transição de combustíveis fósseis para energias renováveis ocorra de forma justa e equitativa, com foco nas pessoas e nos trabalhadores afetados.
2-Reconhecimento dos Impactos Sociais: A conferência reconheceu a necessidade de lidar com os impactos socioeconômicos das mudanças climáticas em populações vulneráveis, o que inclui a classe trabalhadora, que já enfrenta precarização e baixos salários em atividades verdes.
3-Inclusão da Pauta Sindical: Organizações sindicais, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), participaram ativamente das discussões, levando as demandas da classe trabalhadora para a mesa de negociações, enfatizando a soberania e a luta sindical no contexto da crise climática.
4-Financiamento Climático e Geração de Empregos: As discussões sobre o financiamento climático para países em desenvolvimento visam, em tese, criar novas oportunidades de emprego em setores de baixo carbono, como energia renovável e agricultura sustentável. No entanto, a implementação e a garantia de condições dignas de trabalho nesses novos setores permanecem como desafios cruciais.
5-Compromisso com a Implementação: O Brasil, na presidência da COP, comprometeu-se a acelerar a implementação do Acordo de Paris, o que, se concretizado, pode levar a políticas públicas mais robustas de adaptação climática e repressão a ilícitos ambientais, que indiretamente protegem os meios de subsistência e a saúde dos trabalhadores.
Em resumo, os avanços estão mais no campo do reconhecimento político e da inclusão da pauta da "transição justa" nas negociações globais do que em medidas concretas e imediatas pós-conferência. A eficácia desses compromissos dependerá das ações dos governos e da mobilização social nos próximos anos.
Crédito Imagem: Naira Leal (CUT)