Escrito por: Anselmo Menezes (Assistente Social do HUSE e dirigente do Sindasse)

OPINIÃO: O que será da saúde de Sergipe?

Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde vai. Portanto é preciso denunciar o descaso do governo Mitidieri com os trabalhadores da saúde. É gritante. Faz mais de um mês que o governador não dá nenhuma satisfação aos sindicatos quanto às possíveis soluções para garantir os 6.636 empregos da FHS(Fonte: SES). Além disso, é preciso assegurar o direito constitucional de revisão anual do índice da inflação e a celebração do Acordo Coletivo de Trabalho(ACT) 2023/2024.

Na última reunião, o governador Fábio Mitidieri enviou o seu fiel escudeiro e sub-procurador geral do Estado para dizer aos trabalhadores da FHS que estes não terão reajuste salarial, nem será celebrado ACT, usando como justificativa a Ação Civil Publica(ACP) movida pelo Ministério Público Federal(MPF) que pede o fim do contrato de gestão entre a SES e a FHS até abril de 2024.

Nesse ínterim, os sindicatos da saúde realizaram paralisação de 24h nos dias 22 e 23/8 com ato político na Alese. Entretanto, no dia 24/8, a Diretora Geral da FHS enviou ofício aos sindicatos informando que não tinha previsão para marcar reunião, alegando que para isso depende da disponibilidade da agenda do sub-procurador do Estado, da PGE, da Sead e da Sefaz para poder tratar da situação dos empregados da FHS, dada a iminência do fim do contrato.

Outras questões pendentes requerem respostas do governo no sentido de assegurar esses direitos dos trabalhadores, a exemplo da falta de cumprimento das cláusulas sociais do ACT (liberação de dirigentes para mandado classista; licença prêmio, dentre outros benefícios sociais).

O conjunto dos sindicatos entende que, minimamente, como redução dos danos causados aos trabalhadores da saúde, o que o governo Fábio Mitidieri poderá fazer é atender às cláusulas sociais do ACT, já que o sub-procurador chefe foi o portador da notícia de que os trabalhadores da FHS poderão amargar zero reajuste salarial e ficar sem ACT em 2023.

Diante do cenário caótico que se encontram os 6.636 trabalhadores da saúde, os sindicatos estão enviando ofício conjunto cobrando a realização de reunião da mesa de negociação para tratar do cumprimento das cláusulas sociais do ACT, bem como resposta objetiva e efetiva para garantir esses mesmos 6.636 empregos públicos da FHS com a máxima urgência.

Foto: Iracema Corso