Escrito por: Iracema Corso, CUT-SE

Prefeito de Aracaju massacra trabalhadores com reajuste de 12,5% da tarifa de ônibus

Breno Gois

A população usuária do transporte público em Aracaju começou a semana com mais um ataque no seu poder de compra. Neste domingo, dia 15 de maio, entrou em vigor o reajuste de 12,5% na tarifa de transporte público municipal, que aumentou o preço da passagem de ônibus para R$ 4,50. O aumento da passagem foi autorizado pelo prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) na sexta-feira (13).

Como se não bastasse o preço elevado dos alimentos, da conta de energia, do botijão de gás, a inflação massacrante, as trabalhadoras e os trabalhadores de Aracaju que dependem do transporte público terão que conseguir dinheiro para pagar diariamente o aumento da passagem de ônibus.

“O prefeito de Aracaju só pensa nos empresários do transporte público", reagiu o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT Sergipe) Roberto Silva, que avalia a medida como absurda.

"Ele assistiu à demissão em massa dos cobradores e outros funcionários das empresas de transporte sem fazer nada. Enfrentamos um desemprego cruel em Aracaju. Em Sergipe temos o 4º maior índice de desemprego do Brasil. E o prefeito da capital não luta em defesa do emprego”, complementou Roberto Silva.

O presidente da CUT questiona a sobrecarga dos trabalhadores que terão que pagar esta conta, enquanto o prefeito dá isenção aos empresários. “Para o empresário, o prefeito Edvaldo Nogueira zerou o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e revogou a Taxa de Gerenciamento do Transporte Público (TGTP) de 2%. Mas o trabalhador ele não ajuda, pois em plena crise terá que pagar um valor elevado da tarifa de ônibus. Para quem usa o transporte público todo dia este aumento é insuportável e inadmissível, pois piora a vida da população mais carente e necessitada”, criticou Roberto Silva.

A diretora de Formação da CUT Sergipe, Caroline Santos, que diariamente utiliza o transporte público em Aracaju criticou a má qualidade do serviço. “O preço da tarifa sobe ignorando a realidade de baixo salário, de desemprego e o aumento de todas as contas que o trabalhador tem para pagar. Mas a qualidade do serviço só piora. Ontem cheguei atrasada depois de esperar mais de meia hora no ponto de ônibus. Motivo: ônibus quebrado. Ou seja, a população paga mais caro e o serviço só piora”, comentou Caroline.

As centrais sindicais vão se reunir para discutir, entre outros temas, o impacto da medida para a população mais necessitada, que está desempregada, além dos trabalhadores e trabalhadoras de Aracaju.