Escrito por: Luana Capistrano SINTESE
Governo do Estado quer destruir nossa remuneração e retirar os poucos direitos que nos restam, por isso, vamos parar
Nos dias 15, 16 e 17 de outubro, professoras e professores da Rede Estadual de Ensino decidiram paralisar suas atividades. Diferente do que vem sendo dito pelo Governo do Estado e pela Secretaria de Estado da Educação, professoras e professores têm sim motivos para paralisar suas atividades: não permitir a destruição de nossa remuneração.
O Governo do Estado quer retirar os poucos direitos que nos sobraram e que acabar com o triênio, além de mutilar a Gratificação de Atividade em Tempo Integral (GATI), o que representaria o fim da possibilidade de um processo de valorização de professoras e professores. A situação é extremamente grave e temerária, por isso, cobramos que o Governo do Estado venha a público ao longo destes 3 dias de paralisação e se comprometa a não destruir os nossos direitos e nossa remuneração, além de reabrir o canal efetivo de negociação com o SINTESE para tratarmos das demais pautas de luta.
Caso isso não ocorra, professoras e professores da Rede Estadual, novamente se reunirão em assembleia com indicativo de greve por tempo indeterminado.
Vale lembrar que a paralisação dos dias 15, 16 e 17 de outubro foi decidida em uma assembleia lotada pela categoria, que aconteceu na última quarta-feira, dia 9, no Cotinguiba Esporte Clube, em Aracaju.
Atividades da paralisação
Diante dos ataques do governador Fábio Mitidieri à honra e ao trabalho das professoras e professores; diante dos ataques a direitos fundamentais para a composição das remunerações do magistério público estadual e diante da falta do efetivo compromisso com a retomada de uma negociação real por parte do Governo do estado; a categoria viu, mas uma vez, a necessidade de parar suas atividades e seguir com ações de luta.
Por isso, durante a assembleia, do dia 9, foi decidida uma séria de atividades dentro destes três dias, culminando, na quinta-feira, dia 17, em uma Grande Marcha em defesa da Educação, por valorização e respeito as professoras e professores da rede estadual. A concentração da marcha será às 14h, no estacionamento do Parque da Sementeira, em Aracaju, e será finalizada no Palácio de Despachos.
Confira a programação completa da paralisação
Dia 15 de outubro (terça-feira): ato no Calçadão da João Pessoa, em frente à Caixa Econômica, em Aracaju, às 8h
Dia 16 de outubro (quarta-feira): Atos reginais no interior do estado
Em Aracaju neste dia acontece adesivaço em diversos semáforos espalhados pela capital, tanto no período da manhã como à tarde. Professora e professor, escolha o mais próximo a sua casa e participe
Manhã (das 6h30 às 8h30)
Bairro Industrial: Av. João Rodrigues com Gen. Calazans (em frente ao Parque Shopping)
Bairro Santo Antônio: Av. Simeão Sobral com Gentil Tavares
Bairro Grageru: Av Hermes Fontes com Nestor Sampaio
Bairro Jardins: Av Gov. Paulo Barreto Menezes (Beira Mar) com Av Tancredo Neves
Bairro Ponto Novo: R. Poe. José Sampaio com Av. Augusto Franco (Rio de Janeiro)
Bairro Capucho: – Av Tancredo Neves (em Frente ao HUSE)
Tarde (das 16h30 às 18h30)
Bairro José Conrado de Araújo: Av. Maranhão com Av. Euclides Figueiredo
Bairro Siqueira Campos: Av. Augusto Franco (Rio de Janeiro) com São Cristóvão
Bairro Santo Antônio: Av. Coelho e Campos com Pedro Calazans
Bairro Farolândia: Av. José Carlos Silva com Av Hildete Falcão Baptista
Bairro Suiça: Av Desembargador Maynard com Hermes Fontes –
Dia 17 (quinta-feira): Grande Marcha em defesa da Educação, por valorização e respeito as professoras e professores da Rede Estadual – Concentração às 14h, no estacionamento do Parque da Sementeira, em Aracaju.
Por que a paralisação
O governo do estado quer destruir o triênio, que é a gratificação que professoras e professores recebem por tempo de serviço na Rede, além de alterar o pagamento da Gratificação por Atividade em Tempo Integral (GATI), reduzindo os valores pagos a professoras e professores que trabalham nesta modalidade de ensino.
Esta proposta foi coloca pelo secretário de estado da educação, Zezinho Sobral, na última audiência ocorrida entre o SINTESE e a Seduc, no dia 23 de setembro.
É de conhecimento geral que, desde o início do governo Fábio Mitidieri e Zezinho Sobral (lembrando que além de secretário de educação ele é vice-governador de Sergipe), entre as pautas de luta do SINTESE está o descongelamento do Triênio, da Gratificação por Atividade de Tempo Integral (GATI), entre outras, com a garantia das suas vinculações ao vencimento de cada professora e professor da Rede Estadual de Ensino.
No entanto o que o Governo do Estado propõe é acabar com estes direitos, o que demonstra, mais uma vez, a face do descaso do governo do estado e sua falta de compromisso em valorizar professoras e professores.
O presidente do SINTESE, professor Roberto Silva, fez questão de destacar que a proposta gerou muita indignação entre as professoras e professores e muita revolta.
“Já tivemos, no final de setembro, a agressão do governador dizendo que os professores não trabalham, o que é muito grave, e para completar o governo apresenta uma proposta de destruição dos nossos direitos. Já passamos por um processo muito gritante de destruição de nossa carreira, que aconteceu no governo Jackson Barreto, se estendeu no governo de Belivaldo e agora o governo Fábio Mitidieri quer terminar de destruir os direitos dos professores. Isso é grave, gritante e não vai ser aceito por nós. Vamos seguir em luta, esperamos que o governo não execute esta proposta, que reabra a negociação porque temos um indicativo de greve, caso o governo do estado não sinalize a intenção de retomar de fato o processo de efetiva negociação com o SINTESE”, relata o presidente do SINTESE.
O professor Roberto Silva colocou ainda que o que o SINTESE e as professoras e professores esperam é o Governo do Estado venha a público e se comprometa a não acabar, de uma vez por todas, como os direitos das professoras e professores da rede estadual.
“Por isso, quando a nossa assembleia terminou na sexta-feira, dia 9, fizemos uma caminhada até a Assembleia Legislativa, para entregar um documento aos deputados cobrando que não comunguem com a destruição do direito dos professores, e seguimos e até o Tribunal de Justiça de Sergipe, onde solicitamos dos desembargadores que haja uma mediação de conflito, porque ao invés de propor o descongelamento, de melhora a vida e assegurar a nossa remuneração da forma que a lei preconiza, o Governo do Estado quer simplesmente extinguir os nossos direitos. É inaceitável”, reafirma.