Protesto contra feminicídio em Estância cobra políticas de combate ao machismo
Publicado: 17 Setembro, 2021 - 13h42 | Última modificação: 17 Setembro, 2021 - 13h50
Escrito por: Iracema Corso
O assassinato machista da comerciante Leda Passos, aos 33 anos de idade, dentro de sua própria residência e praticado pelo seu marido, chocou a cidade de Estância. Na última quinta-feira, dia 17/9, 3 anos depois do assassinato a facadas, aconteceu o Júri Popular.
Durante o dia, familiares e amigos de Leda Passos organizaram uma manifestação na cidade de Estância para protestar contra o Feminicídio que todos os anos faz vítimas na cidade.
A vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT Sergipe), Ivônia Ferreira, participou do protesto. “Aqui em Estância todos os anos temos casos de feminicídio. Não aceitamos que a companheira Leda Passos seja mais uma vítima do feminicídio. Queremos dar esta força não só à família de Leda, mas para todas as mulheres que são vítimas de agressão”, declarou Ivônia Ferreira.
Representante do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Guadalupe Bastista afirmou que a luta contra o feminicídio é diária. “Estamos aqui pedindo justiça por Leda Passos, que teve sua vida ceifada em abril de 2018, em um crime bárbaro que chocou a população de Estância. Hoje o autor deste crime vem a júri popular. Estamos, como mulher, mãe, amiga e pedindo justiça por Leda e por outras mulheres. Chega de machismo, chega de nos matarem. Por nenhuma mulher a menos!”.
Amiga de Leda Passos, a psicóloga Carla Laíse levou seu luto para a manifestação contra o machismo.
“Precisamos estar atentas e atentos e nos unir contra atitudes e pensamentos machistas porque o feminicídio é consequência final na vida de uma mulher que é vítima de machismo todos os dias. Precisamos entender que o problema vem desde comportamentos controladores e abusivos que parecem inofensivos, mas que denunciam o pensamento de que a mulher é propriedade do seu marido e precisa ser submissa. Precisamos proteger e acolher umas às outras. Mulheres vítimas que estão vivas ainda, elas precisam de mais rede de apoio e menos julgamento. A mudança de pensamento precisa ser coletiva”.
No fim do dia, às 20h30, o Júri Popular decidiu pela condenação do réu a 14 anos de prisão. Na avaliação da vice-presidenta da CUT Sergipe, o feminicídio precisa ser combatido pela sociedade com o apoio de políticas públicas de Governo efetivas e capazes de proteger as mulheres do assassinato machista.