Atos pelo direito à vida exigem vacina para todos e segurança sanitária nos ônibus
Em Sergipe, manifestação na Prefeitura cobra segurança nos ônibus. Ato do Sintese, em frente ao Palácio do Governo, requer testagem em massa, vacina e segurança sanitária nas escolas
Publicado: 24 Março, 2021 - 18h43 | Última modificação: 24 Março, 2021 - 19h29
Escrito por: Iracema Corso
Por vacinas para todos já e em defesa da vida, esta quarta-feira, dia 24 de março, é uma data marcada por luta em todo o Brasil. A CUT, as demais centrais sindicais e frentes organizaram um protesto na porta da Prefeitura de Aracaju, logo nas primeiras horas da manhã e com um número reduzido de manifestantes, devido aos altos índices de contaminação por Covid-19 em todo o Estado de Sergipe.
Presidente da CUT Sergipe, Roberto Silva resgatou as denúncias que a central fez ao Ministério Público do Trabalho e os atos nos terminais de ônibus para alertar que o transporte coletivo em Aracaju é um local de transmissão da Covid, visto que a maioria dos trabalhadores usa deste meio de transporte para ir trabalhar.
“Não tem ônibus vazio, não tem fiscalização, não tem controle por parte da prefeitura. É no transporte coletivo que os trabalhadores estão morrendo e sendo infectados. Quem vai pagar pela vida de trabalhadores e trabalhadoras que estão morrendo? As empresas de ônibus não podem fazer o que quiser. Parece que a vida do trabalhador não tem valor para a Prefeitura de Aracaju. Isso não podemos aceitar calados. Estamos aqui para cobrar do prefeito Edvaldo Nogueira respeito à vida das trabalhadoras e trabalhadores”, afirmou o presidente da CUT.
Roberto Silva cobrou a desinfecção dos ônibus em cada parada nos terminais. “É fundamental que Edvaldo Nogueira obrigue a desinfecção do transporte coletivo para a gente ter o mínimo de proteção à trabalhadora e trabalhador que é obrigado a sair de casa para sustentar sua família. A prefeitura que tem o poder de tomar decisão está calada, está omissa. Como se não bastasse o governo genocida do Bolsonaro que quando tinha que comprar vacina não comprou, então estamos sem vacina”, resumiu.
A vice-presidenta da CUT, Ivônia Ferreira, afirmou que a denúncia não vai cessar até a solução do problema. “Vamos à imprensa, ao Ministério Público e onde for preciso para dizer que o senhor está compactuando com as mortes em Sergipe. Precisa fiscalizar os ônibus sim, porque nestes ônibus estão pais e mães de família. Então, chega de desrespeito, chega de vacilo. Vamos dizer não a este número de mortos porque a culpa não é só de Bolsonaro, mas de seus apoiadores que não respeitam a vida”.
Dirigente do SINDASSE (Assistente Social), Ygor Machado cobrou vacina para assistentes sociais que trabalham no atendimento presencial à população desde o início da pandemia.
“Nós, trabalhadores da politica de assistência social, fomos considerados trabalhadores essenciais. Os Crass, Creas, Abrigos não fecharam durante todo o processo de pandemia. Mesmo assim, fomos excluídos do planejamento municipal de vacinação. Isso é falta de isonomia. A gestão municipal diz que segue o plano nacional de vacinação, mas o município tem autonomia. É no município que acontece o atendimento à população”, criticou.
Bolsonaro e a Covid
O dia nacional de luta pela vida, por vacina, pelo auxílio emergencial de R$ 600 também foi data de refletir sobre a catástrofe da atuação de Bolsonaro durante a pandemia da Covid. Em frente à PMA, a presidenta do SINTESE, Ivonete Cruz, lamentou pelos mais de 298.676 brasileiros mortos por Covid.
“A ausência de política para combater a Covid é por causa de um governo federal que tem a política genocida. Bolsonaro tem coragem de ir para a televisão para dizer que sempre defendeu a vacina. Descarado e mentiroso. Ele falava que a vacina não era confiável. Orientava a população a não tomar a vacina. Agora diante deste cenário horrível no Brasil inteiro, com milhares de pessoas morrendo, este mentiroso, genocida, diz que sempre defendeu a vacina”, criticou a professora Ivonete.
Secretária de Combate ao Racismo da CUT, Arlete Silva falou sobre o abismo social no Brasil escancarado e piorado em mais de um ano de sofrimento nesta pandemia.
“Tudo o que estamos sofrendo poderia ter sido diferente. A crise social é uma das faces mais cruéis desta pandemia. Hoje em dia se naturalizou ver pessoas na rua. A desigualdade econômica e social durante a pandemia é enorme. Quem tem dinheiro pega um avião e vai se curar em São Paulo. É o que aconteceu com o senador Alessandro. Mas e quem é pobre? Como faz? Precisamos de uma política de vacina para todos. Esta política precisa partir do governo federal. Estamos nesta situação porque o governo federal desde o início da pandemia chama a pandemia de ‘gripezinha’. Por isso não podemos deixar de levar a bandeira do Fora Bolsonaro!”, protestou Arlete Silva.
Dia de Luta em Sergipe e em todo o Brasil
Na manhã de hoje, o Sintese (Professores) organizou um ato em frente ao Palácio do Governo para alertar que só há segurança no retorno presencial às aulas com testagem em massa, vacinação para todos os trabalhadores da educação e condições sanitárias nas escolas. Acesse o link e confira a matéria completa sobre o ato.
Em vários estados, o protesto organizado pela CUT, demais centrais e movimentos sociais, ocupou ruas e avenidas com Faixaços, atos simbólicos e lives. Uma das tags em destaque no Twitter foi #LockdownPelaVida .
Além dos atos e protestos em várias cidades de todo o Brasil, a CUT nacional transmitiu a live: Live Pela Vida, Vacina Para Todos Já e Auxílio Emergencial de R$ 600.