Escrito por: Iracema Corso

Realidade do trabalho doméstico, debate e acolhimento na sede do Sindomestico/Se

Na sede do SINDOMÉSTICO/SE, a reunião para mapeamento das diaristas e trabalhadoras domésticas de Sergipe, no último sábado, dia 27 de julho, foi um momento muito especial.

Além de preencher o formulário, as trabalhadoras domésticas fizeram relatos sobre assédio moral, exploração para além da jornada de trabalho, privação de comida, entre outras formas de violência praticadas no local de trabalho.

Palavras de incentivo e esclarecimento sobre direitos, lanche e entrega de brindes também estavam na programação.

A trabalhadora doméstica Patrícia do Parque dos Faróis declarou que o acolhimento do SINDOMÉSTICO/SE, com lanche, prêmios e diálogo de conscientização sobre os direitos no trabalho doméstico foram muito importantes.

“Eu amei. Saio da reunião mais forte, mais firme. Contei sobre o trabalho escravo das domésticas. É que a gente sofre muita humilhação. Tanto pelos ônibus lotados que a gente pega e tem que vir toda apertada pra chegar no local de trabalho, e infelizmente as patroas não sabem dar valor. Precisamos dar um basta para elas entenderem como a gente é importante. Precisamos que este curso se repita. Que esta conversa seja todos os meses pra gente abrir nossos olhos que estão fechados”, declarou Patrícia.

A trabalhadora doméstica contou que devido ao assédio moral constante chegou a contrair gastrite nervosa. “Trabalhei na casa de uma senhora que sempre me chamava para fazer algum serviço no horário das refeições, e assim eu ficava sem comer. Eu fiquei sequelada com esta situação. Comecei a chorar, me deu um desespero. Isso não é justo. Eu sou cuidadora e estava tomando conta de uma senhora. É muita coisa que a gente passa. Inclusive funcionário querendo desfazer de você. Então a gente precisa se unir”, contou Patrícia.

A trabalhadora doméstica pediu para que o sindicato realize todo mês esta atividade. “Cada prêmio que a gente recebe, o lanchinho, são formas de carinho, é muito gratificante. Só de ver a carinha de cada uma é de um valor enorme. A trabalhadora doméstica, depois de muito sofrimento, encontra no sindicato este acolhimento, este incentivo para que a gente se valorize e não aceite o assédio moral”, afirmou Patrícia.

Além das trabalhadoras domésticas presentes que falaram sobre sua jornada de trabalho, a atividade contou com palestra da professora de História Ivonete Cruz, da assistente social Antônia Renata Santana Lorenz e da diretora da CUT/SE e do Sindoméstico, Quitéria Santos.