Escrito por: Iracema Corso

Região das Mangabeiras recebeu o corpo de Uilson de Sá

IML concluiu que morte da liderança do movimento extrativista da mangaba ocorreu por asfixia mecânica

Na manhã desta quinta-feira, dia 1º de dezembro, o corpo do missionário e militante social Uilson de Sá da Silva chegou na Comunidade das Mangabeiras para ser velado e seguir para o enterro em Brejo Grande, seu município natal.

Lideranças sindicais e lideranças do movimento social de Sergipe, muitos amigos e familiares participaram do velório. O presidente da CUT/SE, Roberto Silva, participou do velório prestando esta última homenagem à liderança do movimento extrativista das catadoras de mangaba.

“O movimento social no Estado de Sergipe está de luto. Perdemos um dos nossos. Foi muito difícil aceitar este acontecimento. Estamos em alerta, sem conseguir acreditar no que está acontecendo com o nosso estado de Sergipe. Assassinar e silenciar um ativista que lutava pela preservação da cultura da mangaba em Aracaju é colocar à prova as instituições democráticas que temos. Além de superar esta dor, precisamos garantir que este crime não fique impune”, afirmou Roberto Silva, presidente da CUT Sergipe.

O laudo realizado pelo IML foi validado por peritos da Polícia Federal e concluiu que a morte de Uilson de Sá da Silva foi provocada por asfixia mecânica. As investigações para elucidar o assassinato irão continuar. O movimento social e sindical de Sergipe vai continuar lutando pela punição dos culpados.

UILSON, PRESENTE!

Presidente da Associação das Catadoras e Catadores de Mangaba Padre Luiz Lemper, o senhor Uilson foi protagonista da luta em defesa da cultura popular, do extrativismo, do meio ambiente e em defesa das comunidades tradicionais.

Para fortalecer a luta contra a derrubada das mangabeiras e demais pés de fruta da Reserva Extrativista, os movimentos sociais e o movimento sindical fizeram protestos e marcha na região das mangabeiras no dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher.

Em defesa das mangabeiras, o senhor Uilson construiu uma mobilização intensa e incessante na região. Ele reuniu apoios de professores, sindicatos e vários movimentos sociais. Desta forma, o senhor Uilson sofria ameaças e muita pressão para que desistisse desta luta.

O seu sonho era ver o Museu Extrativista da Reserva da Mangaba, inaugurado e protegido como patrimônio ambiental, histórico e cultural de Aracaju. Mas ao invés disso, o senhor Uilson e toda a comunidade extrativista sofreram dia após dia com a constante derrubada das mangabeiras, cajueiros, entre os milhares de pés de fruta que existiam na região.

Acesse o link e Leia a Nota Completa: Quem assassinou o senhor Uilson?